O Homem do Sexto Dia

Data: quinta-feira, 8 de abril de 2004

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Há quem diga que o nosso planeta estava totalmente vazio, quando Adão e Eva chegaram.

Muitos apontam Atos, 17 verso 26:

"De um só" (homem) ( Deus) "fez a raça humana, para habitar toda a face da terra".

Para resolver o enigma, voltamos ao sexto dia da criação.

"(...)criou Deus o homem à sua imagem (...) homem e mulher os criou" Gênesis, 1 v 27.

Em seguida, o Criador deu três ordens ao casal:

"Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra, e tomai conta de tudo".

Passado este sexto dia, ou sexto grande ciclo, Deus esperava que tudo corresse normalmente.

Afinal, todas as coisas essenciais tinham sido criadas.

O homem e a mulher já estavam no "leme para dirigir o barco".

A grande obra estava completa.

Nada mais faltava.

Então, o Criador desviou seus olhos eternos para outros mundos.

A Terra estava feita, e deveria prosperar.

Será que as expectativas de Deus foram confirmadas?

Muito ao contrário: A decepção divina foi completa.

Quando o Criador voltou a inspecionar o mundo que criara, percebeu que ele permanecera na estaca zero.

"(...) nenhuma erva do campo havia brotado (...) e também não existia homem para lavrar o solo". Gênesis, 2 v 5.

É o que diz a Bíblia.

Epa! Aqui deve ter ocorrido algo estranho.

Afinal, o homem já fora criado no sexto dia.

Como poderemos entender a carência de lavrador, se aquela "figurinha" já surgira no sexto ciclo da criação?

O texto, porém, é muito claro: "não existia homem para lavrar o solo".

Aquele casal que Deus criara, no sexto dia, só se preocupava com duas coisas: caçar para comer e fazer filhos.

Ele obedecera apenas uma parte da recomendação do Criador:

Tirando fora aquele "multiplicai-vos...", ele não dera a menor "bola" para as outras ordens divinas.

Pegar no "batente"? Nem pensar!

Aquela preguiça do Homem-do-Sexto-Dia exigia providências. O marasmo estava tolhendo o progresso da espécie.

Aquela preguiça revelava inexperiência, justificável pelo pouco tempo de vida.

Eles (o homem, a mulher e os seus descendentes) não passavam de espíritos recém-nascidos, desprovidos da "mola" da ambição.

Você não pode exigir trabalho da infância despreparada.

Ela não tem noção de responsabilidade.

O Homem-do-Sexto-Dia mais parecia tartaruga na carapaça.

O que funcionava nele era tão somente o instinto.

Caçar para comer, dormir e fazer filhos eram as únicas tarefas que eles desempenhavam alegremente.

E foram os descendentes de tais criaturas que Adão, Eva e a raça adâmica encontraram por aqui.

Só a satisfação das necessidades mantinha o Homem-do-Sexto-Dia em relativa vigília...

O resto do tempo, ele dormia e sonhava.

E como era bom dormir!

Nisto, a família do homem primitivo concordava: Depois de comer, fazer sexo e descansar, nada mais era importante.

Por esta razão, aquela raça cresceu e se espalhou pela Terra.

Eles não pediam tanto: somente sombra e água fresca.

Nas páginas da Bíblia, Adão apareceu logo em seguida ao homem criado no sexto dia.

Isto, entretanto, representa um tempo que não pode ser medido, de tão longo.

De um versículo para outro, a Bíblia pode retratar milênios.

A quase unanimidade dos intérpretes admite que cada dia da criação equivale a milhares ou milhões de anos.

De nossa parte, temos sérias razões para separar Adão e o Homem-do-Sexto-Dia, como personagens diferentes.

Prestem atenção, por favor:

O primeiro já tinha mulher:

"Homem e mulher os criou". Gênesis, 1 v 27.

Somente muito tempo depois, Adão recebeu a sua Eva:

"(...) não se achava uma companheira que lhe fosse idônea".

Diz o Gênesis, 2 v 20.

O planeta do Homem-do-Sexto-Dia continuava sem verdura, enquanto o planeta de Adão tornara-se um jardim.

Esta estória de colocar o Éden como um bairro da Terra é um resquício da Inquisição para valorizar o nosso planeta.

Aqui vai um lembrete aos senhores teólogos: hoje, ninguém mais admite que o nosso "grão de areia" é o centro do Universo.

Parece que o catecismo precisa ser revisto.

Naquele tempo, Moisés não tinha como explicar a existência de um outro mundo: eis a razão de toda a confusão!

Ademais, temos outra diferença: o homem primitivo não recebeu aquele "fôlego da vida", que foi privilégio de Adão.

Façamos uma pausa, para questionamento:

Todo o mundo gostaria de saber o que é este "fôlego da vida"?

No meu entendimento, o "fôlego da vida" é o surgimento da percepção intelectual.

Existem três grandes estágios de evolução:

O homem instintivo, primário, como aquele do sexto-dia.

O ser humano dominado pelo intelecto, como Adão.

E, por último, o ser racional, que se aproxima dos anjos.

Adão emergira do "pó" de que fora criado: Os elementos do chão planetário, onde ele vivera em Éden, consolidaram seu crescimento.

Vejam que ele se "formou do limo da terra". Gênesis,2 v 7.

O Criador abriu suas narinas para que ele absorvesse a inteligência da "horizontalidade".

Percebam que horizontal é o chão...

...vertical é o céu.

A terra fervia no sangue de Adão, fornecendo-lhe todos os componentes da experiência de milênios.

O Homem-do-Sexto-Dia, ao contrário, nascera no chão vazio de um planeta primitivo, ainda sem "passado".

Ninguém duvide: a Serpente do Éden é um sinal de que a inteligência já predominava no mundo de Adão.

Observem que a figura da serpente se encontra nos convites de formatura de nossos cursos universitários.

Aquela Serpente conversando com Adão nos prova que ele

ganhara "status" de mestrado.

Ele conquistara o "fôlego da vida".

Ele já sabia pensar.

Seu "fôlego" já ultrapassava os "cinco sentidos".

Mas ele queria mais!

A diferença fundamental entre o homem do sexto-dia e Adão é que Adão tornara-se ambicioso, movido pela inteligência "horizontal".

Aquela serpente, meus amigos, nada tem a ver com Satanás.

Ela é a inteligência da raça adâmica reivindicando direitos.

Percebam o comentário divino: "Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal". Gênesis, 3 v 22.

Este pronunciamento de Deus fornece um "diploma" de "doutor" para Adão.

Com toda a certeza, estas palavras nada tem a ver com a figura apática que nascera com o planeta Terra?

Eu fico perplexo de que alguém confunda estas duas criaturas.

De minha parte, não tenho dúvidas:

Não poderemos fugir à esta verdade: O Escritor Sagrado apontou a saga de dois planetas.

Um deles - a nossa Terra, nos seus primórdios.

O outro - chamado Éden - estava em processo de parto.

Com uma só "paulada" Deus "matou dois coelhos", resolvendo problemas nos dois mundos.

Libertou o Éden de um perigo chamado Adão, e transferiu o mesmo Adão, como feitor e professor, para acabar com a preguiça na Terra.

Aquela gente apática precisava de uma injeção de ânimo.

Infelizmente, a raça adâmica extrapolou, e partiu para outros métodos: usou a sua inteligência para escravizar...

... e o chicote está funcionando até nossos dias.

A violência e o crime nasceram desta "trombada" de duas culturas, em busca de afirmação.

"Deus escreve certo por linhas tortas".

Aqui cabe um questionamento:

Se Adão cresceu intelectualmente recebendo este "fôlego da vida" não seria melhor conservá-lo no Éden?

Crescer apenas intelectualmente não basta.

O Pai Celestial exige progresso intelectual e moral.

Diz o Gênesis que Adão e Eva estavam nus.

A nudez, na Bíblia, significa atraso espiritual.

Não adianta ser um Einstein e não ter amor no coração.

Aquela árvore existente no Éden simbolizava a ciência.

A raça adâmica não tivera suporte moral para lidar com ela.

O "fruto" só é proibido para aqueles que estão nus...

Diz o Apocalipse: "Ao vencedor permitirei que se alimente da árvore da vida". Apocalipse, 2 v 7.

Para Adão e Eva, o fruto era proibido.

Para os "escolhidos" do Cristo Juiz - a proibição cai por terra.

Verificamos então que a ciência e a tecnologia não são prejudiciais em si mesmas.

As mãos sujas do ímpio é que as tornam perigosas.

Hoje, a história está se repetindo: Esquecendo sua nudez, muita gente está tentando manipular a ciência.

Os Estados Unidos querem colonizar o planeta Marte, para onde levarão suas armas.

Novamente, a nudez está tentando exportar a violência, o crime e a guerra.

Outra vez o "fruto" da ciência será sonegado pelo Pai Criador.

Ou será que Deus vai permitir que os terráqueos levem suas ogivas nucleares para Marte?

No meu entendimento, a história do Gênesis se repetirá:

"O Senhor Deus lançou Adão para fora do Jardim do Éden".

Gênesis, 3 v 23

Isto acontecerá, outra vez, para aqueles que tentarem exportar a guerra para outros mundos.

Quem está nu não tem credenciais para comer o "fruto".

Todas as coisas boas que a tecnologia produziu serão entregues para os escolhidos, depois da expulsão dos ímpios.

"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra", afirma Jesus no Sermão da Montanha.

Os colaboradores da violência e do crime tiveram tempo para refletir.

Cientistas do nosso século acordarão, reencarnados, num planeta agreste (sem computadores, sem telefones e sem automóveis).

Desmemoriados pela amnésia da transição restará apenas uma vaga lembrança do "paraíso perdido".

Isto mais parece um circulo vicioso.

E aqui vai a pergunta: Os expulsos do nosso mundo encontrarão gente naquele planeta?

Quando Deus cria um planeta, paralelamente, ele cria, também,

figuras de corpo e alma, para habitá-lo.

Estes espíritos, pela pouca idade, continuarão cumprindo somente a primeira parte da recomendação divina.

Aquele "multiplicai-vos" é facilmente aceito.

Os exilados da Terra serão defrontados por uma raça ingênua, inocente e totalmente despreparada.

Como os portugueses encontraram os índios, quando chegaram ao Brasil, os expulsos do Juízo Final encontrarão esta gente no "planetão".

Com a chegada daqueles professores implacáveis, os alunos serão obrigados a progredir, mesmo contra a vontade.

Para levantar-lhes o ânimo, o chicote vai funcionar.

Com o tempo, todavia, as duas raças se fundirão:

"Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas(...)"- diz o Gênesis - "tomaram aquelas que mais lhes agradaram".

Gênesis 6 v 2.

Lá no "planetão" acontecerá a mesma coisa...

O drama eterno da evolução apresentará um novo capítulo.

O apóstolo Paulo escreveu que Adão trouxe o pecado ao mundo.

Esta apatia do homem primitivo não será explicação para a doutrina do Apóstolo?

Perfeitamente... Em Romanos, 5 v 12, Paulo afirma isto:

"(...) por um só homem entrou o pecado no mundo".

Como líder da raça adâmica, Adão é o primeiro responsável pela grande transformação.

O homem primitivo, na sua inocência e na sua preguiça, não tinha forças nem mesmo para pecar.

Sua vida era quase vegetativa.

Ao contrário, a raça adâmica conhecia todas as malandragens.

Já tivera milênios de janela, no terreno da astúcia.

O pecado nasceu, então, quando as duas raças se fundiram.

A ambição cresceu...

Territórios foram demarcados...

Surgiram os políticos...

E as guerras começaram.

Estava aí o caldo de cultura para multiplicação das bactérias do pecado.

Quando se cruzam duas raças é inevitável que a mais forte prevaleça.

Desfazendo todas as dúvidas, nós ainda trazemos um derradeiro argumento:

No capítulo 3 do Evangelho de Lucas, nós temos a Genealogia de Jesus até Adão.

Se formos generosos, dando a todos estes personagens um largo tempo de vida, chegaremos no máximo a seis mil anos.

Aliás, o calendário judeu ainda não atingiu o ano seis mil, e ele foi montado em termos de Adão.

Ora, a ciência comprova que o homem se encontra na Terra há milhões de anos.

Portanto, este exemplar de milhões de anos não pode ser confundido com Adão.

Ele já estava no planeta.

Outra coisa: "Após matar Abel, Caim foi morar na terra de Node(...)". Gênesis, 4 v 16.

Este Node só pode ser alguém de fora, em cuja cidade o homicida poderia se refugiar, sem problemas.

Fica muito claro, portanto, que o nosso planeta já era habitado quando a raça adâmica chegou aqui.

Para cada um de nós, este "vai e vem" terminará somente quando atingirmos a perfeição.

Jesus deixou tudo muito claro:

- "Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai Celestial".

A meta é única: perfeição.

Lembremo-nos das palavras de Jesus:

"Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher ninguém apareceu maior do que João Batista; o menor no reino dos céus, porém, é maior do que ele".

Mateus, 11 v 11.

Ninguém se iluda, pensando que é o "rei da cocada preta".

Cerimônias vazias não valem "tostão furado".

O próprio João Batista, maior na Terra, no Céu era "nada".

Pensemos nisto, e teremos idéia do quanto nos falta.

Estamos outra vez no limiar de um novo ciclo.

A árvore da ciência do Bem e do Mal é nosso teste.

Azar daqueles que estiverem nus, no encontro supremo com o Cristo Juiz..

Louvado seja Deus.


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