Inconsciência Depois da Morte?

Data: quinta-feira, 8 de abril de 2004

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Algumas religiões cristãs pregam que o corpo fica dormindo, no sepulcro, até o juízo final.

Afinal, onde encontrar este ensinamento na Bíblia?

O velho rei Salomão é o porta-estandarte deste sono sem fim.

"Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma; nem tão pouco terão eles recompensa, porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento".

Eclesiastes, 8 vv 5 e 6.

Errando em coisas deste mundo, Salomão perdeu a credibilidade para manifestar-se sobre o "além".

Tudo o que contraria os ensinamentos do Cristo é inaceitável.

Sejam palavras de Salomão, de Moisés ou de Paulo de Tarso, bastará contradizer o Evangelho...e nós "pulamos fora".

Jesus é o parâmetro; os outros não passam de figurantes.

Vamos analisar um trecho de Salomão: "(...) para o homem não há coisa melhor debaixo do sol, do que comer, beber e folgar, pois somente isto ele pode levar de todo o seu trabalho".

Eclesiastes, 8 v 15.

Esta vida escrachada recomendada por Salomão nada tem a ver com o "caminho estreito" pregado por Jesus.

O dilema é claro: Salomão ou Jesus?

Eu prefiro Jesus, sem qualquer hesitação.

Ademais, não podemos esquecer que Salomão teve "setecentas mulheres, e trezentas concubinas, e as mulheres lhes perverteram o coração".

I Reis, 11 v 3.

É a própria Bíblia colocando mal a figura do velho rei.

Incapaz de compreender as coisas visíveis deste mundo, Salomão perdeu autoridade para falar sobre o invisível.

Aquele velho depravado tinha razões para desejar o fim de sua própria consciência.

Ele queria morrer de forma definitiva.

Salomão, nesta altura da vida, tornara-se um trapo.

Seu testamento é patético:

"Entre mil homens, achei um só. Entre todas as mulheres não encontrei nenhuma".

Eclesiastes, 7 v 29.

Pudera! Suas palavras demonstram que ele não acalentava a menor esperança.

A desilusão destruíra todos os seus sonhos.

Não podemos aceitar diretrizes de uma figura totalmente desequilibrada como Salomão.

Alguém dirá: Salomão escreveu inspirado por Deus.

Na minha opinião, a única entidade que gozou cem por cento de inspiração divina foi Jesus.

Os outros figurantes são confiáveis, na medida em que não se choquem com os ensinamentos do Mestre.

O Evangelho de Jesus, portanto, deve ser nosso gabarito.

Jamais aceitarei os destemperos de Salomão.

Cristo é o pináculo...

Cristo é o ponto alto da pirâmide.

Isto de dizer que tudo, na Bíblia, é dogma de fé, não condiz com a realidade da própria Bíblia.

Cada autor é defrontado pelo seu estilo pessoal.

Cada autor vive suas imperfeições.

O dedinho mais ou menos sujo de todos eles ficou na escrita.

Neste Terceiro Milênio as coisas precisam ser explicadas.

Quem defende o inexplicável por lucro é altamente suspeito...

...Não passa de um mercenário: seu Deus é o cofre.

Salomão disse que "os mortos não sabem coisa nenhuma" e que estão "mergulhados no esquecimento".

Isto se encontra na Bíblia, dirão os arautos da infalibilidade, no vão propósito de colocar Salomão na mesma altura de Jesus.

Eu não vou discutir se o ovo nasceu antes da galinha. De minha parte, simplesmente, eu mostro a realidade.

Convidando mil mulheres para o gozo sensual, Salomão terminou cético, decepcionado e sozinho.

Convidando uma prostituta para o sacrifício, Jesus a transformou em gloriosa colaboradora.

Em quem acreditar?

Em Salomão ou em Jesus?

Nem sequer me lembro da existência de Salomão, quando escuto as palavras do Grande Mestre:

"Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus de mortos, mas sim de vivos".

Palavras de Jesus, em Mateus, 22 vv 31 e 32.

Se o ensinamento de Salomão estivesse correto, Abraão, Isaque e Jacó estariam desmemoriados, mergulhados no sono da morte.

Jesus, porém, afirma que Deus não é Deus de mortos...

Como faremos para descascar este abacaxi?

É simples: Vamos esquecer Salomão e confiar em Jesus.

Se Deus não é Deus de mortos, entendemos que Abraão, Isaque e Jacó estavam vivos e conscientes, em algum lugar.

O Cristo falou com absoluta clareza: "Deus não é Deus de mortos, mas sim de vivos".

Alguém poderá perguntar:

- Como é possível viver consciente, num corpo que virou pó?

Boa pergunta:

O cérebro pensante, após a morte, apodrece e morre.

O corpo, lentamente, vai desaparecendo.

Ninguém coloque suas esperanças nesta carcaça de músculos e de carne.

Ela não passa de preciosa ferramenta, que a morte leva para sempre.

Se Jesus afirmou que os três patriarcas estavam vivos, nós deduzimos que a vida funciona independente dos corpos.

Vocês podem chamar isto de alma, de espírito...

O nome pouco importa!

O fato é que Abraão, Isaque e Jacó estavam espiritualmente vivos, apesar de fisicamente mortos.

Dos seus corpos nem o pó deveria restar.

Eles viveram milênios antes de Jesus.

Aliás, na parábola do Rico e Lázaro, Abraão ressurge, mostrando que se encontrava vivo:

Não será isto mais uma prova?

Com toda a certeza, é mais uma evidência.

E tem mais: Lembremo-nos que Abraão já desencarnado há milênios se alegrou quando Jesus desceu à terra.

O Evangelho registra o acontecimento:

"O vosso Pai Abraão exultou por ver o meu dia; viu-o e alegrou-se". - Palavras de Jesus, em João, 8 v 56.

Se ele não estivesse consciente não teria se alegrado.

Se ele estivesse dormindo, no sepulcro, não participaria da festa que foi a reencarnação de Jesus.

Desprovido de consciência, ninguém chora... nem ri.

Quando Jesus testemunhou que Abraão estava vivo, Ele deixou claro que o patriarca podia vibrar como qualquer de nós...

"Abraão se alegrou" - disse o Nazareno.

...Todas as cordas do violino daquele espírito chamado Abraão encontravam-se afinadas.

Não é o que meia dúzia de teólogos querem.

O que vale, porém, é o texto da Bíblia.

Temos outro exemplo incontestável:

"E assim", (Jesus) "foi levar sua mensagem às almas detidas no cárcere, que tinham sido descrentes nos dias de Noé".

I Pedro, 3 vv 19 e 20.

A propósito deste trecho, existe uma prece católica, que afirma que Jesus "foi morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, e ao terceiro dia ressuscitou".

No intervalo entre a cruz e a ressurreição, o Mestre aproveitou para fazer uma visita aos espíritos encarcerados, ainda dos tempos de Noé.

Levou também, a eles, o seu Evangelho.

Aos teólogos destas religiões que afirmam que o corpo é a única realidade, nós perguntamos:

Com que corpo, Jesus iria visitar aqueles espíritos se Ele ressuscitaria somente na madrugada do domingo?

Segunda pergunta: Se estas almas mortas há tantos milênios não tinham consciência, por que Jesus perderia tempo em visitá-las?

Aquele montão de ossos enegrecidos não teria ouvidos para escutar sua mensagem.

Se todos eles encontravam-se mergulhados em sono profundo, Jesus teria perdido seu tempo.

Alguém poderá dizer: Usando de seus poderes, o Mestre os acordou temporariamente?

Muito bem! Jesus bateu a "varinha de condão", reuniu aqueles ossos, fabricou visceras, trouxe o sangue de volta, e levantou do sepulcro toda aquela gente...

Imaginem vocês que mão de obra!

Aquelas múmias receberam pregação do Evangelho, durante dois dias...

Depois, Jesus voltou a Jerusalém, e ressuscitou seu corpo...

Uma segunda pergunta é inevitável:

- E estes cadáveres ambulantes, que viveram quarenta e oito horas de glória, de corpo novo, como ficaram?

- Ora, eles morreram outra vez! - exclamará, eufórico, o "Gênio da Lâmpada", como se tivesse descoberto a América.

E nós lhe faremos outra pergunta: Qual a funerária que providenciou o retorno daqueles corpos aos túmulos?

Não esqueçamos que a Bíblia os aponta como contemporâneos de Noé, no tempo do dilúvio.

Eles já não tinham família para pagar o "funeral".

Por favor, meus caros teólogos: não seria mais fácil admitirmos que somente o espírito sobrevive?

...que o corpo termina em pó?

Aliás, foi com este "algo fora do corpo" que Jesus viajou, de Jerusalém até a "mansão dos mortos" para levar sua mensagem.

Não esqueçam que o seu corpo permaneceu no sepulcro.

Vocês não acham que admitindo o "espírito" a coisa ficaria bem mais fácil?

Com toda a certeza, a simples aceitação da existência da alma descomplica metade da Bíblia.

Tudo fica mais claro e racional, quando admitimos a existência de espíritos conscientes já desencarnados.

A doutrina do sono sem fim é anti-bíblica.

A parábola do Rico e do Lázaro é outra evidência.

O rico avarento enxergava Lázaro num lugar bem melhor.

Ora, se o espírito do rico tinha olhos para ver Lázaro, e voz para clamar, é sinal que a morte não extingue a consciência, nem nos torna mudos.

"O rico pôs-se a clamar: Pai Abraão, tem piedade de mim. Mande Lázaro refrigerar minha língua, pois sofro grandes tormentos, nestas chamas".

Palavras de Jesus, em Lucas, 16 v 24.

Alguns teólogos consideram esta parábola como lenda, porque contraria seu dogma da "inconsciência" depois da morte.

Para eles é preferível "passar borracha" nas evidências.

Eu fico estarrecido com tamanha falta de lógica.

Vocês já imaginaram o Cristo, com tantas experiências de coisas reais, inventar uma estória fora da realidade?

Por favor, meus amigos: Isto seria menosprezar a inteligência do Grande Mestre.

Só faltava apontarmos o Nazareno como editor de revistas em quadrinhos, para divertir crianças.

Esta interpretação só pode ter um objetivo: jogar areia em nossos olhos.

O vão propósito destes catedráticos é esconder a sobrevivência consciente do espírito.

Se fosse possível eles tirariam do Evangelho a parábola do Rico e do Lázaro.

Como isto é impossível, eles a apontam como ficção: uma brincadeirinha de Jesus.

Não, meus amigos: Tudo o que vem do Mestre é pura realidade.

A falsidade não tem guarida em seus ensinamentos.

Esta parábola retrata aspectos dos mundos espirituais.

Aliás, no próprio dicionário da língua hebraica existem duas palavras para diferenciar estas duas realidades:

Keber é o sepulcro, onde se depositam os cadáveres.

Sheol é o recanto onde os espíritos desencarnados vivem.

Se o corpo dormisse, inconsciente, aprisionando com ele a alma, não haveria necessidade de mais uma pousada.

O idioma hebraico teria criado uma palavra desnecessária.

É no Sheol que os mentores espirituais orientam os recém-chegados...

...vivenciam seus erros e acertos...

E estabelecem estratégias para novas reencarnações.

Muita gente evita cemitério, temerosa de encontrar almas do outro mundo.

BUUUUUUUU...quê medo! Cruz credo!

Este temor nasce da falsa idéia de que o cadáver está ligado ao espírito e pode erguer-se nas noites de lua cheia.

A idéia de que o esqueleto é o próprio homem vem assombrando a humanidade, há milênios.

Não se iludam, meus amigos.

Nos cemitérios, encontram-se apenas os restos mortais.

A parte essencial está bem longe destes lugares.

Ocasionalmente, os espíritos até podem passar por ali....

A morada deles é outra, porém.

O apóstolo Paulo nos oferece um rápido vislumbre.

Escreveu ele:

"A nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e as potestades (...) contra os espíritos malígnos, nas alturas do céu". Efésios, 6 v 12.

Pelas palavras do Apóstolo, nós deduzimos que a morada destes espíritos se situa em torno de nós...

...numa outra dimensão.

Deduzimos, também, que eles fazem parte do nosso cotidiano, na plena posse das suas faculdades.

"(...) Deus não é Deus de mortos", como disse Jesus.

Louvado seja Deus.


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