Fraqueza na Justiça Divina?

Data: quinta-feira, 8 de abril de 2004

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No Apocalipse, nós encontramos a descrição de uma batalha entre Miguel e os seus anjos e as forças do mal.

"E foi precipitado aquele grande Dragão, aquela antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás (...)"

"Sim, foi precipitado na Terra, e precipitados com ele os seus anjos". Apocalipse, 12 v 9

No cap.19 v 20, outra vez as forças do mal são massacradas: "Mas a Besta foi presa, e com ela o falso Profeta (...)"

Estes dois foram lançados vivos no tanque ardente de fogo e enxofre". Apocalipse, 19, v 20.

Mais algumas linhas, e a "turminha do mal" entra, outra vez, "pelo cano".

"Ele" (o anjo) "tomou o Dragão, a Serpente antiga, que é Diabo e Satanás, e os amarrou por mil anos". Apoc. 20, v 2

Neste mesmo cap.20, vv 9 e 10, outra vez os adversários de Deus são hostilizados, e vencidos.

"Mas desceu do céu (...) um fogo que os tragou.

E o Diabo, que os enganava, foi metido no tanque de fogo e enxofre, como também a Besta",

E o Falso Profeta...

E todos serão atormentados, de dia e de noite, pelos séculos dos séculos". Apoc. 20 vv 9 e 10.

Mais algumas linhas e outra vez o castigo atinge o próprio castelo do Demônio.

"(...) o inferno e a morte foram lançados no tanque de fogo.

Esta é a segunda morte". Apoc. 20 v 14.

Não podemos esquecer o livro GÊNESIS, quando Deus expulsou Adão, Eva e a Serpente para o nosso planeta.

Vocês terão que concordar conosco:

É muita briga repetida sem explicação.

A história parece que não está muito bem contada.

Está faltando um elo nesta corrente.

Será que Deus não terá veneno mais forte, para exterminar esta turminha "malígna"?

A Serpente é expulsa...

... e volta!

Expulsa outra vez...

...torna a voltar!

Como uma gangorra ela sobe e desce...

...sobe e desce...

...sobe e desce!

Toda esta confusão tem ares de brincadeira de criança.

Tudo bem! Se for brincadeira até nós entraremos na roda.

Mas não é brincadeira, não, meus amigos...

É coisa séria!

Este problema só existe para quem labora em termos de um único planeta, como quer a teologia escolastica.

A Terra, como "centro de tudo", dificulta o entendimento.

Afinal, Copérnico e Galileu já desfizeram esta confusão.

Com esta mentalidade de arraial, amigos teólogos, nós não conseguiremos interpretar Apocalipse.

Aqueles que aceitam a evolução cósmica do ser humano sabem que a Bíblia está certa...

...que o Apocalise descreve as jornadas evolutivas de três planetas: Três grandes ciclos de aprendizado...

Percebam a coincidência entre a posse dos escolhidos e a imediata expulsão dos ímpios.

Uma coisa está sempre ao lado da outra nos três julgamentos que o Apocalipse nos aponta.

Ficam esclarecidas as repetidas incursões dos malignos, evitando uma falsa idéia de "impunidade".

O retorno dos malignos (ímpios) acontece em novo mundo, para os quais eles foram expulsos, a exemplo de Adão e Eva.

Penetrando, profundamente, em nossas explicações, ainda arriscaremos mais uma declaração "herética":

O primeiro grande ciclo inicia no capítulo 5 e vai até uma parte do capítulo 12 de Apocalipse.

Dentro destes capítulos, o Profeta João corporificou, em símbolos, milênios de história daquele mundo que antecedeu o nosso.

Este lugar, no Gênesis, é conhecido como Jardim do Éden

Para nós é um planeta que se tornou paradisíaco, no momento que foram expulsas as criaturas maldosas que viviam por lá.

"Graças te damos, Senhor Deus", exclamaram os assessores do Altíssimo, por haveres tomado de volta o teu poder(...)

"...e chegar o tempo de serem julgados os mortos (...) e de exterminar aos que corromperam a terra".

Apocalipse, 11 vv 17 e 18.

O Profeta João usa a palavra "Terra", e os teólogos pulam de alegria.

- Eis a verdade, dizem os teólogos: o Profeta aponta o nosso planeta!

- Não pode ser! - eu contradigo os teólogos: O texto fala do extermínio da corrupção, naquele mundo, e logo em seguida é o próprio livro profético que descreve a corrupção na Terra.

Percebam que o Dragão foi "precipitado na Terra" e com ele os "seus anjos".

Se os assessores de Deus, naquele planeta promovido, falaram do "extermínio da corrupção", com certeza não se referiam à Terra.

O Profeta João enxergava tudo, simplesmente, por visão profética, em corpo astral.

Ele não pisava o chão planetário.

Aquele mundo era semelhante ao nosso, no aspecto físico.

Por isso a confusão das palavras "céu" e "terra".

Na mente do Profeta, minada pela cultura da época, só existia o nosso planeta com vida física.

Por esta razão, ele se exprimiu em termos de sua própria cultura, quando apontou figuras da religião judáica:

"Doze tribos", "Leão da Tribo de Judá", etc.

Todas as suas concepções religiosas e culturais estavam totalmente enraizadas na tradição do seu povo.

As imagens que viu, ele as traduziu daquela forma.

Não tinha condições de absorvê-las de maneira diferente.

Aliás, nem a sua gente aceitaria outra linguagem.

O fato é que o Dragão, que é a "Serpente Antiga", foi expulso para nosso planeta, e isto estabelece ligação com o Gênesis.

Junto com Adão e Eva, vieram a Serpente Antiga e os seus anjos.

Acabamos de decifrar duas charadas: A expulsão descrita no Gênesis e a expulsão citada no capítulo 11 do Apocalipse.

Com uma "paulada" matamos dois coelhos.

Uma das versões do mesmo fato foi escrita por Moisés.

A outra pelo profeta João.

Aqui os teólogos me avançam, desafiadores: - Não pode ser. O Apocalipse prevê somente o futuro. Adão e Eva pertencem ao passado. Portanto, estão fora do contexto!

Para responder esta objeção, nós não precisamos nos afastar do capítulo 12 do Apocalipse.

"Apareceu, outrossim, um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, que tinha a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça".

"Estando pejada, clamava com dores de parto..."

Apocalipse, 12 v 1 e 2.

Isto é conclusivo: O nascimento de Jesus é passado. No entanto, o Profeta João o focaliza, como parte integrante do seu livro.

Portanto, nós estamos diante de uma realidade: o Apocalipse também focaliza acontecimentos do passado.

E não adianta contestar, amiguinho teólogo, porquanto, dois "santos" da igreja católica identificaram Maria, nesta mulher "vestida de sol".

São Bernardo e Santo Agostinho confirmaram que realmente se tratava de Maria, mãe de Jesus.

(Nota no pé da página 416, no volume XII, na Bíblia do Padre Pereira)

E não ficamos apenas no testemunho destes dois "santos":

"E (ela) deu à luz um filho varão, que haveria de reger todas as gentes, com barra de ferro". Apocalipse 12 v 3.

Percebam como tudo combina:

"Destroça-los-á com cetro de ferro, e os espatifará como vasos de oleiro". Salmo 2, v 9.

É o Salmista profetizando a vitória do Messias contra a coalizão dos ímpios, no Armagedom.

Outra vez, o livro de profecias aponta o Cristo, usando o mesmo símbolo de força e poder:

"Porque ele" (Jesus) "as governará com uma barra de ferro".

Apocalipse, 19 v 15.

Até as mesmas palavras são usadas pelo narrador sagrado. Tudo demonstra, com clareza, que Jesus é o Filho da mulher vestida de sol.

Leia com atenção este trecho, no Evangelho, e você vai ficar impressionado:

É tão clara a descrição, que você vai sentir até o cheiro do Dragão, corporificado em Herodes, mandando assassinar as crianças de Belém.

Bem, meus amigos, eu acho que nós já nos excedemos em explicações.

Todos sabem que o tema de hoje não é este.

Estamos aqui para esclarecer, simplesmente, o por quê deste sobe e desce da "turminha do mal".

Afinal, esta queda e ascenção da "Serpente & Companhia Limitada" termina parecendo brincadeira...

Mas não é brincadeira!

É coisa séria!

Como já dissemos, no primeiro capítulo da novela, nós, os herdeiros de Adão e Eva, estamos outra vez defrontados pela ameaça de julgamento cíclico.

O Profeta João percebeu as nuvens se adensando, lá no futuro dos terráqueos:

"...vi a Besta e os reis da terra guerrearem aquele que estava montado no cavalo (...)"

"Mas a Besta foi presa e com ela o Falso Profeta (...)"

"Estes dois foram lançados no tanque de fogo (...)"

Apocalipse, 19 vv 19 e 20.

A imaginação popular poderá inventar centenas de apelidos para designar as forças do mal.

Uma única coisa é certa e verdadeira: o espírito malígno é o próprio ser humano, encarnado ou desencarnado.

Todos nós somos "satanás", quando praticamos o mal.

Quando a Bíblia fala da queda de anjos maus, está citando aqueles que ainda não aprenderam as lições do Evangelho.

Quando o "ciclo" se fecha, o destino dos maus é inexorável.

Portanto, vamos colocar nossas "barbas de molho" porque a justiça de Deus está chegando.

Este segundo capítulo da novela vai retratar o nosso acerto de contas.

Para o tanque de fogo de um planeta estranho iremos todos nós, se até lá não aprendermos o ABC do amor!

Lembremo-nos que o próprio Pedro foi chamado "Satanás".

"Diabo" foi o apelido que Jesus deu a Judas.

"Quando o ímpio amaldiçoa ao Diabo, amaldiçoa ele mesmo a sua alma" - diz o Eclesiástico, 21 v 30.

Na sequência do drama reservado aos ímpios do nosso tempo, o Apocalipse registra:

"E os outros morreram à espada que saía da boca do que estava montado sobre o cavalo;

"E todas as aves se fartaram da carne deles".

Apocalipse, 19 v 21.

Isto reforça a nossa tese: a "turminha do mal" é feita de carne e osso.

Mais uma coisa é preciso que se diga:

Toda a transição, inevitavelmente, vem acompanhada de sofrimento.

Jesus profetizou, com riqueza de detalhes, as tribulações reservadas ao nosso mundo.

Antes da manhã radiosa, ninguém estará livre da escuridão da noite.

Antes que a criança nasça, a mulher tem que sofrer as dores do parto.

Aquela "espada"que sai da boca do Cristo-Juiz é o Evangelho do Deus Eterno.

Naquele momento de ajuste, ele - o Evangelho - é o terrível "gabarito" que determinará os que ficam, e os que serão expulsos.

Vocês devem estar lembrados, que no capítulo 11 já houve um julgamento, definindo o destino da "raça adâmica".

O texto é claro:

"Mas chegou (...) o tempo de serem julgados os mortos...

Apocalipse 11, v 18.

Agora, o julgamento será em nosso planeta:

"E vi cadeiras, e se assentaram sobre elas, e lhes foi dado o poder de julgar". Apocalipse, 20 v 4

Se laborássemos em termos de apenas o nosso mundo, também surgiria o dilema: por que tantos julgamentos?

Graças a Deus, tudo se explica, pelas "muitas moradas" na casa do Grande Pai.

"Bem-aventurado o que tem parte na primeira ressurreição".

Apocalipse, 20 v 6.

Estes ficarão na Terra higienizada e feliz.

Despertarão para uma vida nova!

E a "turminha maligna", como sempre acontece nas transições planetárias, sofre outro percalço.

Diz o texto que um anjo...

"...tomou o Dragão, a Serpente Antiga, que é o Diabo e Satanás, e os amarrou por mil anos..." Apocalipse, 20, v 2.

Trocando em miúdos, outra vez os ímpios acordarão reencarnados, num planeta estranho e hostil.

Qual a explicação para estes "mil anos amarrados"?

Todas as teologias concordam que se trate de um longo período de tempo.

Neste ponto eu também concordo com os teólogos: estes "mil anos" podem se traduzir em "milhões de anos".

O problema a esclarecer está nas correntes com que o "mal" será amarrado.

Raciocinem comigo:

Os malvados da terra, hoje, estão municiados de armas as mais modernas, de aviões e computadores.

De repente, Deus lhes tira tudo isto, e os lança noutro mundo.

Lá eles estarão quase nús!

Até as roupas eles terão que reaprender a fabricar.

Vocês acham que lhes restará tempo para pensar no mal?

O interesse exclusivo desta raça de espíritos será aquisição do almoço, do jantar e de um lugar p`ra dormir.

As pedras não serão quebradas a laser, não!

Aquela gente terá que usar marretas, para quebrá-las.

Ninguém gozará espaço para maquinação do mal.

A consciência maldosa hibernará, durante séculos e milênios.

Esta é a mensagem do Apocalipse, quando nos fala que o "diabo" será amarrado por "mil anos".

Com o tempo, todavia, os habitantes daquele mundo irão tomando consciência do seu poder, e surgirão as nações...

Os mais fortes dominarão os mais fracos...

Os mais "espertos" manipularão os fortes e os fracos...

E o mal retornará, e com ele as guerras, a pobreza e a falta de caráter.

Como todos os demais planetas, todavia, este também receberá o Juiz Supremo, quando chegar o tempo.

"E o mar deu os seus mortos, e a morte e o inferno deram seus mortos, e se fez juízo de cada um deles, segundo suas obras".

Apocalipse, 20 v 13.

Outra vez, os ímpios ficarão fora do "banquete".

"E aquele que não se achou inscrito no livro da vida foi lançado no tanque de fogo" Apocalipse, 20 v 15.

Na parábola das dez virgens, Jesus abordou este mesmo assunto.

O Divino Mestre foi bem claro:

"...o reino dos céus é semelhante a dez virgens".

Ele não excluíu as cinco virgens "loucas".

Incluindo-as na mesma "panelinha"das "prudentes", que já se encontravam aptas para as núpcias, Jesus apontou a salvação também para as "loucas".

Não agora, de imediato, que elas não fizeram por merecer.

Elas foram negligentes.

No horizonte distante, porém, Jesus lhes acenava com novas oportunidades.

- Se fosse o contrário, o Cristo teria citado tão somente as virgens prudentes:

O reino dos céus é semelhante a cinco virgens.

Se Ele falou dez é porque as cinco restantes também gozariam, a seu tempo, do seu aconchego e do seu perdão.

Deus é paciente!

Ele espera pelo filho pródigo, no alto da torre de sua misericórdia infinita.

Acreditamos ter esclarecido, de uma maneira bastante simples, este problema do sobe e desce da "turminha malígna".

A Bíblia extrapola as dimensões do nosso pequeno mundo.

O Evangelho de Jesus nos aponta o passado e o futuro.

Todos nós somos peregrinos errantes, em busca da perfeição.

Louvado seja Deus!


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