Na Jaula da Fera

Data: quarta-feira, 10 de março de 2010

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A não-violência tem que ser um ato consciente.

Jamais tal atitude poderá ser confundida com fraqueza ou covardia.

É uma reação ativa e não passiva.

É um gesto másculo do ser humano diante do ser humano.

Nada poderá existir de timidez ou de medo na tentativa de conciliação, quando se procura semear a concórdia.

Muito antes de tudo, o não-violento é um corajoso representante do exército de Deus, colocado na arena de um planeta nervoso.

As palavras de Jesus nos obrigam a raciocinar com desapego.

- "Quando alguém demandar contigo para tirar-te a túnica, entrega-lhe também a capa".

Mateus, 6 v 40.

Parece um gesto covarde recomendado pelo Mestre, uma capitulação diante do malvado.

Quem pensa nestes termos precisa mergulhar em profunda meditação, para colher o sentido das palavras do Nosso Rabi.

Trata-se de uma lição esotérica, que só será compreendida por diretrizes espirituais.

A generosidade não será represada por ameaças, nem por armas e nem por outra qualquer torpeza.

O desapego absoluto é sua marca.

Foi esta postura que o Grande Mestre incutiu no bojo destes preceitos áureos do Sermão da Montanha.

A generosidade se manifestando como água apagando incêndios.

A expectativa do agressor é entupida pela surpresa de uma dádiva totalmente fora do que tinha em mente.

O vilão não esperava atitude generosa, principalmente quando ele se encontrava imbuído de más intenções.

Você diz que eu lhe devo duzentos?

- Pois eu lhe entrego mais que isto e sepultaremos a demanda no limbo das coisas mortas.

Aqui não estamos tratando de uma operação aritmética.

Valor mais alto cobrindo dívida inferior é um claro sinal de desapego pelas coisas que o agressor idolatra.

E aqui se define o perfil gigante do agredido.

Ele devolve a ofensa usando todas as letras da palavra superioridade.

Ele se avulta e cresce como gigante da ética.

"Se alguém te obrigar a caminhar com ele uma milha, segue duas ao seu lado".

Palavras de Jesus, em Mateus, 6 v 41.

As quatro operações aprendidas na escola não servirão para colocar lógica neste problema.

Este impasse só será compreendido pela matemática da compaixão.

Ficar enternecido com a criança limpa e bem vestida, de rosto rosado e alegre, é fácil.

Ter compaixão pelo transeunte humilde que o saúda, se descobrindo respeitoso, é normal.

Amar seus parentes e amigos é fácil.

Diante do opressor, todavia, a coisa muda de figura.

Aqui, no impasse da divergência e da má vontade, é que você realmente será testado e também tentado.

Tentado e testado a experimentar o rancor e o ódio.

Compelido a assumir o papel de anjo vingador.

Pedir fogo do Céu disposto a incendiar a Terra.

Imaginem se Jesus, num acesso de raiva, tomasse a cruz como arma e se lançasse com violência sobre os soldados.

Pedro, o especialista em cortar orelhas, retornaria da sua fuga e da sua traição.

O pescador de mãos calejadas estaria distribuindo golpes durante toda a tarde da sexta-feira.

Graças a Deus, isto não aconteceu.

O Varão das Dores caminhou com passos trôpegos até o calvário.

Desta maneira, foi melhor para nós, melhor para Pedro, melhor para o próprio Jesus.

Eu não conheço ninguém que teve lucro no crime.

Que encontrou a felicidade no arbítrio.

Que se fez melhor esmagando seu próximo.

Quando Jesus ordena: "(...) amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem", Ele coloca o nosso cristianismo no pelourinho.

Estaremos sendo observados e julgados.

"Porque se amardes os que vos amam, que recompensa mereceis? Não procedem da mesma forma os publicanos?"

Mateus, 6 v 46. Palavras de Jesus.

"E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Os gentios procedem da mesma forma".

Mateus, 6 v 47.

Para que alcancemos a bem-aventurança de nos considerarmos filhos de Deus teremos que aprender a conviver com o estrangeiro e com o perverso.

Uma evidência oportuna foi lembrada pelo Nosso Rabi:

- Deus faz nascer o seu Sol sobre maus e bons, e chuvas se derramam sobre justos e injustos.

Que seria dos maus e dos injustos, se o Senhor lhes cortasse todas as chances de sobrevivência porque não são bons?

No famoso livro "Os Miseráveis" de Vitor Hugo - Monsenhor Bem- Vindo teve peças de prata furtadas por Jean Valjean.

Jean Valjean se encontrava em liberdade vigiada, e a polícia o prendeu com as peças furtadas.

Se o bispo confirmasse o delito, o condenado voltaria para as galés e jamais se despojaria de suas imperfeições.

Miriel disse ao delegado que fora dádiva espontânea que ele fizera ao prisioneiro.

Assim, o condenado às galés não perdeu a liberdade.

Defrontado pela compaixão do bispo, o pobre homem tremeu nas bases:

O gesto daquele velho sábio deu nó na consciência de Jean Valjean.

Ele tremeu nas bases diante da generosidade de quem matara sua fome, de quem furtara os talheres, e, por pouco, quase assassinara.

O Bispo Miriel procedeu dentro das suas convicções.

Seu gesto piedoso nasceu da compaixão pelo ser humano.

Num gesto bem característico, ele esqueceu a ingratidão do hóspede, e apostou no seu resgate.

O gesto magnânimo produziu resultados.

A criatura atormentada abriu os olhos e alargou a consciência.

A pedra da revolta foi quebrada em mil pedaços.

Para encurtar a história, adiantamos que Jean Valjean deu um passo enorme, naquela manhã.

Cumpriram-se nele, as recomendações de Jesus:

"Quando demandarem para tirar tua túnica entrega-lhe também a capa".

Mateus, 6 v 40.

É o despojamento com significado de exemplo.

Na intimidade do coração, isto significa "eu te perdôo porque eu te amo".

Foi isto que o bispo Miriel transmitiu para o desafortunado espírito de Jean Valjean.

É o ritual da renúncia ao bem precioso e útil, para demonstrar solidariedade.

É Jesus orientando:

Entrega-lhe também a capa... Entrega-lhe também a capa!

O Bispo Miriel, vítima da ingratidão do hóspede, aproveita o presente do faqueiro como instrumento de resgate da alma.

No bom sentido, a generosidade recomendada por Jesus é um tapa na cara da consciência culpada.

É difícil quem suporte esta bala de canhão do remorso.

O fato é que não podemos apontar criatura alguma como perdida.

Todas as pessoas do mundo serão sensíveis quando defrontadas por uma lição clara, honesta e absolutamente desinteressada.

Naquele episódio sublime, o Bispo Miriel transmitiu o conteúdo do Evangelho pelo exemplo.

Devolveu, na presença da polícia, o objeto furtado como um presente que já pertencia a Jean Valjean.

Salvara o pobre homem de ser devolvido às galés, de retornar de imediato à escravidão.

E o marginal perturbado entendeu o gesto sublime.

Foi aquela alavanca do perdão de Monsenhor Bem-Vindo que salvou Jean Valjean da morte espiritual.

Aquele homem fora vítima das circunstâncias.

Fora condenado por ter roubado um pão.

A marinha precisava de braços para movimentar a riqueza nacional.

Aquele homem estava com fome e cometeu o delito.

Viu-se alcançado pelas mãos da lei, e a lei foi implacável com ele.

A justiça arrancou-lhe todos os direitos de cidadania, cobrando caro o preço de um simples pão.

Uma enorme insegurança acompanhara aquele homem solitário, desde que ele se conhecera como gente.

Quando chegou naquela cidade, não o admitiram, nem mesmo nos restaurantes onde se vendia comida.

Fecharam-lhe todas as portas na cara.

Sua figura ameaçadora de presidiário gerava desconfianças.

Ao contrário da população cautelosa, o Bispo Miriel abriu suas portas e ordenou, para ele, um jantar especial.

E aquela figura maltratada e feia foi colocada na cabeceira da mesa.

E Jean Valjean foi chamado respeitosamente de senhor Jean, como jamais acontecera em toda sua vida.

E o Bispo fez que ele se sentisse gente.

Movido pelos anos de desprezo da sociedade, o homem revoltado acordou de madrugada e viu o rosto do velho prelado.

O instinto volúvel trouxe de volta o ódio.

Aquele velho era parte integrante da sociedade hostil que o perseguira sempre.

Seu sono tranqüilo era um opróbrio aos que não dormiam.

Jean Valjean ergueu o bordão para golpeá-lo.

O semblante do velho, porém, iluminado pelo clarão do luar se tornara tão expressivo e tão belo, que Jean Valjean recuou, assombrado.

- Não tenho coragem de matá-lo! Bradou, depois de contemplar aquele rosto santificado pela compaixão.

Foi naquele momento que Jean Valjean se decidiu pelo furto dos talheres de prata.

Esta história é apontada como verídica pelo escritor Vitor Hugo.

O fato é que a compaixão de Monsenhor Bem Vindo, com o seu gesto de generosidade, transformou o homem revoltado em apóstolo do bem.

Com paciência será possível sacudir as almas contaminadas.

A propósito deste assunto, no livro "Gandhi - O apóstolo da Não Violência", o Mahatma profere palavras esclarecedoras:

"Quando me tornar incapaz de fazer o mal, quando nada de soberbo ocupar minha mente, então a minha não-violência moverá corações. E fique claro: Este não é um ideal impossível".

Ninguém espere, todavia, que a não violência seja uma cessação da luta contra o malvado.

A não violência é ainda mais ativa que a vingança.

Ela mata a vingança, evitando que o mal se propague.

Ela sufoca as conseqüências do crime.

Ela paralisa as sementeiras do opróbrio.

O terreno termina adubado e limpo.

Divagando sobre os métodos do Mahatma, uma frase escrita por ele nos causou estranheza:

"O mundo não é totalmente governado pela lógica", disse Gandhi, certa vez.

"A própria vida envolve uma espécie de violência".

E ele completou o ensinamento:

" Nestes casos, advertiu Gandhi, "compete a nós enveredarmos pelo caminho da violência menor".

Fiquei bastante tempo preocupado com esta "violência menor" do Mahatma.

As palavras soavam estranhas.

Demorei bastante para entendê-las.

As palavras do Mahatma ficaram bailando em minha consciência como enxame de vespas perturbadoras.

E eu finalmente encontrei explicação.

Depois de todo o engenho e esforço aplicado na defesa da criança e da família ameaçada, somos obrigados a paralisar o braço do crime.

Acredito que o próprio Deus não vai censurar este ato extremo.

A "violência menor" recomendada por Gandhi é o esforço consciente para reduzir o atrito quanto for possível.

Ilustramos este assunto como uma cena de quartel:

Tendo encontrado um policial completamente fora dos padrões, numa inspeção, o Coronel Jacundino Arruda ficou bastante surpreso.

O soldado PM era baixinho, magro e muito fraco.

O comandante perguntou-lhe:

- Com tua estatura e força, meu rapaz, qual a estratégia que usas para enfrentar um desordeiro de 1 metro e 95, com 110 quilos de peso?

E o moço respondeu de imediato:

- Diplomacia, meu comandante. Diplomacia, e nada mais.

Por incrível que pareça, esta é uma resposta sensata: Diplomacia.

Quando um não quer, dois não brigam - é o dito popular.

Esgotar todos os argumentos e fórmulas para dissuadir o agressor, antes de reagir talvez seja o melhor atestado de sabedoria.

Aquela violência menor recomendada pelo Mahatma tem que ser precedida de cautelosa escolha de métodos para dissuadir o agressor.

Existem inúmeras fórmulas de alcançar resultados menos traumáticos e uma delas terminará alcançando êxito.

Ninguém deverá partir para a violência justificando a fúria como defesa própria e de seus familiares.

Antes será necessário esgotar todas as possibilidades resolvendo a pendência pela força da razão.

Em uma palavra - diplomacia.

É preciso exercitar o sincero propósito de não causar ferimentos, e jamais humilhar as pessoas.

Nós já falamos sobre este assunto, mas será de bom alvitre repetir a recomendação:

Existem inúmeras maneiras de fazer frente ao assédio do mal, sem uso da violência.

Um episódio acontecido em fazenda no interior foi descrito por dona Fernanda Costa.

Na base da inteligência será possível vencer o perverso.

Fernanda esteve hospedada na fazenda da tia Mary, bem no interior de Minas Gerais.

Já na primeira noite, ela acordou assustada.

Um arrombador estava trabalhando numa porta de vidro da casa grande.

Quando me preparava para gritar tia Mary pôs a mão na minha boca, sugerindo silêncio.

- Nada de pânico, disse ela em tom baixo.

Então ela me entregou um saco de papel para encher de vento.

Mary forçou o artefato de encontro ao batente da porta, e o saco explodiu com estrondo.

Em seguida, eu fiz o mesmo, afirmou Fernanda Costa.

O ladrão desceu os degraus da escada, e desapareceu no milharal do outro lado da fazenda.

- A coisa funciona, esclareceu tia Mary. Desde que Afonso morreu, eu venho afugentando desocupados desta maneira. Como jamais gostei de lidar com armas, esta idéia me ocorreu e tem dado certo.

É aquilo que aquele policial militar respondeu ao coronel:

- Diplomacia, comandante. Diplomacia é o caminho certo.

Uma firma de aparelhos de ar condicionado estava patrocinando um almoço com inúmeros convidados.

Convidaram o presidente de uma fábrica concorrente, e este só percebeu a armação quando viu a câmera de Televisão voltada para ele.

Produtos da outra empresa foram plantados em volta dele, maliciosamente, para mostrá-lo se beneficiando dos produtos da concorrente.

Os aparelhos de ar condicionado da outra firma apareciam com as marcas de maneira bem nítida.

E agora? Pensou o industrial. Eu não posso fazer propaganda do produto alheio.

O astuto empresário resolveu magistralmente o problema, sem brigas.

No outro dia, as noticias mostraram o industrial se abanando com o cardápio, mostrando imagem de alguém perturbado com o calor.

A imagem do leque, com "ar condicionado" funcionando, transformou-se numa tremenda propaganda negativa para os concorrentes.

Pudera! Não é normal alguém desesperado de calor, postado na frente de aparelho com missão refrescante.

O tiro saiu pela culatra.

Existem tantas maneiras de substituir a agressividade pela inteligência, que nós ficamos perplexos de que haja tanta violência entre os homens.

Muita coisa poderia ser resolvida pelo diálogo.

É por esta razão que Jesus ordenou aos discípulos:

- "Eis que vos mando como cordeiros para o meio de lobos. Sede, pois, inteligentes como as serpentes e simples como as pombas".

Mateus, 10 v 36.

Jesus não admitia violência, mas não fechava as portas ao uso de cautela e bom senso.

No meio de "lobos", os cordeiros têm que usar de certa criatividade.

E por que não?

Num ponto de ônibus fora do centro da cidade - local isolado e nada hospitaleiro - uma jovem bonita foi assediada por alguns atrevidos.

- Escolha um de nós, diziam eles. E você não vai se arrepender!

A moça começou a desenvolver a linguagem dos sinais, fingindo-se de surda-muda para dissuadi-los.

E os desordeiros terminaram desistindo

- Isto sempre dá resultados, disse a jovem para alguém que também esperava na mesma fila.

No começo da sua vida pública, o Nosso Rabi também foi obrigado a usar estratagema para se safar da violência.

Naquele famoso entrevero de Jesus com os principais da Sinagoga de Nazaré, Ele foi levado por eles para um alto monte.

Eles queriam matar Jesus, para cobrar a blasfêmia de se apresentar como Cristo.

Diz o texto:

"Passando por entre eles, Jesus foi embora".

Lucas, 4 v 30.

Não deu nem bola.

Vejam que o Mestre usou seus poderes mágicos para ficar invisível diante dos seus conterrâneos enraivecidos.

Com toda a certeza, a faculdade de se tornar invisível foi o seu trunfo.

Levaram o Nazareno: e homens violentos o rodeavam, por todos os lados..

Ele não poderia ter escapado das mãos do grupo furioso, sem utilização deste recurso extremo.

Prestem atenção no estratagema do Nosso Rabi!

De repente, eles não mais O encontraram.

Com certeza Jesus utilizou o recurso da invisibilidade e ninguém mais conseguiu botar as mãos Nele.

No meu entendimento, a hipótese de que o Mestre tenha ficado invisível é uma certeza.

As entrelinhas da Bíblia contam histórias.

Inegavelmente, Jesus possuía inúmeros dons, e sabia usá-lo no momento certo.

Fica claro, portanto, que não é proibido ao Cristão o uso de meios disponíveis para se safar da violência.

Dentro de um planeta cheio de malícia, o cristão precisa se defender com métodos criativos: E por que não?

Nunca foi fácil lutar contra o assédio insistente daqueles que desejam prejudicar os outros.

Podem ter certeza que, em todos os momentos, esquemas estarão sendo montados, na calada da noite, para lograr alguém.

Uma pergunta é oportuna:

Não seria muito mais lucrativo convivermos numa atmosfera de confiança e paz?

E, de acréscimo, receberíamos, ainda, uma dose triplicada de bênçãos?

Deus ama com enorme alegria aqueles filhos que não são rancorosos nem violentos.

Como muitos outros refugiados árabes, Musa Alami olhava Israel, de longe e enxergava o seu antigo lar.

Sua casa, grande e confortável, ficava numa rua de Jerusalém.

Uma pontinha ácida de revolta o fazia sofrer.

Afinal, sua família fora dona daquela mansão, e ele fora expulso.

Com 57 anos, Musa vivia em duas pequenas peças no Vale do Jordão.

Ao contrário de muitos árabes deslocados, porém, ele não era um extremista.

Pelo número de roupas secando nas janelas da mansão dos seus antepassados, dava p'ra calcular o número de famílias que se abrigavam lá.

Musa Alami foi expulso da casa onde nasceu e cresceu.

Não obstante, ele continuou lutando para sobreviver ao despojamento dos seus bens.

Sua luta, porém, não era a luta clássica do revolucionário político, imbuído de idéias terroristas. Não!

Quase sozinho, ele conseguiu levantar centenas de árabes, deslocados como ele, oferecendo-lhes nova oportunidade.

Uma coisa, porém, fazia falta e precisava ser conquistada a qualquer preço.

A terra onde estavam, com temperatura de 50 graus centígrados à sombra, no verão, não favorecia plantação alguma.

Musa encontrou o que queria na antiga Fonte de Eliseu, onde havia um jorro constante de água límpida.

Para o seu projeto, porém, aquilo era insuficiente.

Seria mister descer para águas subterrâneas, escondidas debaixo do deserto, contra a opinião dos engenheiros da Jordânia.

Em vista desta reprovação técnica, ninguém mais quis ajudá-lo, e ele foi abandonado aos seus próprios recursos.

Musa Alami, mesmo sozinho, sofreu pela aridez daquele deserto, mas nunca perdeu a esperança.

E no dia 15 de janeiro de 1950 a vitória foi alcançada com todas as características de um milagre.

O grupo liderado por Musa Alami finalmente encontrou prodigioso lençol de água.

Uma água doce das melhores que poderia existir.

Os homens choraram e Musa Alami chorou com eles.

Centenas de refugiados árabes encontraram trabalho e dignidade naquele oásis.

Alguém que tivera a sabedoria de dizer - não - ao terrorismo havia vencido pela graça de Deus.

A violência pode conquistar algumas coisas, mas são conquistas efêmeras que não tem segurança e legitimidade.

Todos os grandes conquistadores terminaram vencidos.

Os mais resistentes - a morte os levou...

Não existe vantagem perene na prática do crime.

Musa Alami persistiu na pacífica resistência, e a sua perseverança carreou para ele uma vitória sem ameaças.

O Pai Celestial, em resposta, sempre repõe as necessidades do justo com sobra e abundância.

Louvado seja Deus.



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