A Guerra dos Símbolos

Data: terça-feira, 29 de junho de 2010

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No Talmude dos judeus encontrei narrativa, que retrata a impertinência dos imperadores romanos.

Certo dia, Adriano levantou com o pé esquerdo, mal humorado, e resolveu perturbar o rabino Gamaliel, que se encontrava em Roma.

Mandou convocá-lo para reunião no palácio.

O rosto do Imperador refletia sua noite sem sono, quando se dirigiu ao rabino.

- Diga-me, ó Judeu: Sejam quais forem as circunstâncias, quem rouba algo do seu próximo é ou não é um ladrão?

- Sem dúvida nenhuma, roubar é pecado, em todas as circunstâncias, e quem pratica este delito é um ladrão.

Ouvida esta resposta, o imperador romano disse com rispidez:

- Então o teu Deus é um ladrão, pois Ele fez Adão dormir, para roubar-lhe uma costela.

Raquel, a filha do Rabi, escutou as palavras do Imperador e ficou extremamente indignada.

Imediatamente, antes que seu pai tivesse tempo de responder, ela pôs em prática um estratagema para destruir o argumento de Adriano.

Entrou na sala de reuniões, como um foguete, e desabafou:

- Fui roubada, em minha casa, agorinha mesmo, sem a proteção da polícia de Roma. O ladrão levou pequeno cântaro de barro.

O Imperador já se preparava para protestar. Afinal, que vale um cântaro de barro?

Mas a moça levou adiante a conversa:

- Pois saiba, ó César, que o ladrão deixou, no lugar do cântaro de barro um precioso vaso de ouro, cheio de pedras preciosas.

- Filha, ponderou Adriano. É espantoso que estejas reclamando: Este homem não é ladrão: Este homem é um benfeitor!

Ao ouvir tais palavras, a filha de Gamaliel disse com altivez:

- Como queres, então, ó César, condenar o Nosso Deus? No lugar de uma costela, que não fez falta, Ele deixou o tesouro de uma linda colaboradora.

Eu me aposso de suas palavras, ó César: Adão não foi molestado. Adão foi beneficiado por Jeová.

Embora a minha interpretação de Adão e Eva seja outra, eu só posso me congratular com a filha de Gamaliel pela coragem e pela inteligência.

Na verdade, todas as correntes filosóficas e religiosas cultivam símbolos para expressar suas idéias.

É importante que tais símbolos sejam respeitados.

Ninguém respeita, porém, aquilo que não conhece, e é por isso que são necessários os intérpretes.

Por isso louvamos a destemida reação da jovem Raquel, que se mostrou integrada com seu pai na defesa de sua crença.

Ao tomar partido por alguma filosofia, somos obrigados a conhecê-la e defendê-la, sem fanatismo e sem agressões, mas com ardor.

Muitas páginas do Novo Testamento não podem ser apreciadas sem uma viva consciência do caráter apaixonado dos primitivos cristãos.

Eles representavam grupo de pessoas interessadas em algo que procedia das regiões etéreas.

Ali se encontrava uma sociedade que não tinha vergonha de ser diferente, de professar um ideal, de expressar um carisma.

Isto explica a razão de que o cristianismo venceu, apesar dos terríveis obstáculos e das perseguições.

O picadeiro dos circos romanos ficou encharcado do sangue dos mártires cristãos, mas a idéia deles verteu renovada naquele sangue.

Isto ressalta o caráter sobrenatural daquela gente.

Eles não estavam na expectativa do homem de hoje, que pega o Evangelho e diz com displicência:

- Eis uma idéia interessante para passar o tempo.

Escutar pregadores idealistas que se debruçam nos mistérios da palavra divina muitas vezes é considerado um passatempo agradável.

As palavras de Jesus tornam-se apenas interessantes, na visão comodista de uma sociedade que nunca se entusiasma.

Os primeiros cristãos vibravam e se consolavam com as palavras de Jesus, enfrentando leões e flechas dos arqueiros de César...

...enfrentando fogueiras e pedras.

Aqueles foram discípulos verdadeiros.

Aqueles não pensavam, com ar de quem "descobriu a pólvora", que o Evangelho é "interessante".

Aqueles colocavam a mão na massa e não se dobravam ao assédio dos perseguidores.

Há pessoas, em nossa época, que acham que o sobrenatural é fora de moda.

Toda a manifestação mística é considerada fora dos padrões para pessoas de fino trato, na opinião deles.

Eles são professores, e os alunos poderiam zombar destas idéias antiquadas.

É muito mais simpático, perante a sociedade, falar em métodos científicos:

Dois mais dois formam quatro, e ponto final.

No conceito desta gente moderninha, platonismo, pragmatismo e cristianismo - devem ser abordados com frieza, sem qualquer emoção.

Os emotivos são ovelhas negras, que devem ser segregados.

Os ilustres formadores de gerações mais esclarecidas não gostam de se expor aos humores da opinião pública.

Por isso é mais cômodo ficar em "cima do muro".

Não se definir é politicamente correto, nos dias de hoje.

Muitas vezes, depois de anos e anos de convivência, os alunos ainda não conhecem as idéias religiosas dos seus professores.

Suas crenças estão lacradas num arquivo fechado.

Seus símbolos foram esquecidos no limbo.

Seria mais moderno dizer: Foram guardadas no cofre do banco, para que ninguém as surpreenda.

Como se fosse jóia, para torná-la inacessível, o catecúmeno esconde suas convicções, para confundir a opinião pública.

Na penumbra do mais absoluto segredo, muitos intelectuais sepultam suas idéias filosóficas.

Nenhuma emoção nem o menor sentimento podem ser devassados, porque isto lhes traria conseqüências desagradáveis.

Eles não entenderam, mas estão fugindo de uma coisa que poderia felicitá-los e engrandecê-los.

Por certo será infeliz quem se envergonha ao mostrar sua legítima personalidade.

Acima de tudo, nós precisamos ostentar aquilo que somos.

A emoção existe para ser partilhada com todo o mundo, e aqui se encontra o seu aspecto mais benfazejo.

Aqueles que se entregavam pelo Evangelho, nos primórdios do 1º século, desencarnavam cantando hinos de louvor a Deus.

Sem emoção, jamais um casal terá concebido um filho.

Nenhuma grande peça musical foi criada sem emoção.

Todos os poemas marcantes, que já foram escritos pelos nossos poetas, nasceram do coração emocionado de almas sensíveis.

A emoção nos levanta acima dos planaltos humanos.

A emoção nos coloca no rumo das estrelas.

A emoção renova a autenticidade dos nossos símbolos.

A emoção nos carrega ao encontro de Deus.

Eu fico estarrecido de que existam pregadores condenando a emoção, como prejudicial.

Saibam vocês que estas criaturas existem, e continuam pregando diante de câmeras de Televisão.

E argumentam que a crença tem que ser "razão pura" sem o menor sentimentalismo.

- Tudo tem que ser raciocinado, diz o "seu" Abóbora.

Se eu choro tenho que esconder as lágrimas.

Se alguém surpreende marido e mulher trocando carícias vira o rosto, como se visse algo obsceno.

Escondemos o gesto que abençoa, temerosos de sermos mal interpretados pelo racionalismo preconceituoso.

Eddie Cantor escreveu:

Conheci o poder da oração que brota de alma emotiva, desde os tempos em que morei num bairro pobre de Nova York.

Minha piedosa avó vibrava continuamente para que o seu neto magricela sobrevivesse de algum modo.

Ela se entregava ao mister com todo o coração.

Tenho certeza que foram as suas ardorosas petições a Deus que me salvaram.

Desprovido de roupas, desnutrido, sem assistência médica, eu tenho certeza de que estou aqui somente pela força de vovó Ester.

- A minha primeira batalha na vida foi ganha por esta velhinha compadecida que me criou, escreveu Eddie Cantor, enternecido.

A prece era a única arma que vovó usava contra os extremos de pobreza que a tornavam carente e frágil.

E Eddie Cantor remata, emocionado, com voz embargada:

- Foi nesta escola que eu aprendi. Costumam dizer que eu sou o único artista que pode realizar espetáculo sozinho. Não é verdade! Eu nunca estive só. Pela certeza adquirida do exemplo de minha avó eu sei que os anjos me conduzem, todo o tempo.

Um grande pensador disse:

"A força de alguém revestido pelas orações de outra pessoa é algo invencível, principalmente quando este alguém é misericordioso".

Neste caso o remédio vira dose dupla.

Nenhuma arma inventada pelo homem seria capaz de destruir este sub produto do amor.

A compaixão se encontra neste contexto, como ingrediente de incomensurável significado.

Ninguém duvide:

O coração é uma usina de força, e a emotividade é uma das suas alavancas principais.

Teve razão, portanto, a garota Raquel, quando arriscou a vida diante do Imperador Adriano.

Ela poderia ter sido presa ou morta pela audácia de contradizer o todo poderoso imperador de Roma.

Adriano desdenhou os valores que ela acalentava desde a infância.

E Raquel deu o troco.

Assim como Eddie Cantor tinha a avó Ester, no planalto das suas reminiscências, Raquel possuía a figura excelsa de Jeová como símbolo.

E Raquel foi inflexível:

- Se alguém manifesta audácia de ridicularizar minhas convicções, eu seria covarde se não revidasse, disse ela.

O ser humano se amesquinha quando cala diante da opressão.

Dia destes, eu assisti na TV um pregador deitando falação p'ra direita e p'ra esquerda.

O texto base da sua prosa eu não guardei.

Pela formulação do tema, porém, eu deduzi que ele colocava Jesus acima dos principados e potestades.

Até aqui nada contestamos.

No momento que Jesus se tornou nosso Cristo Planetário, ele assumiu o lugar mais alto do pódio.

Eu sempre disse: Jesus é a ponta da pirâmide.

O reparo que eu faço na exposição deste pregador é pouco mais p'ra esquerda.

O que eu considerei inaceitável foi a guerra declarada por ele contra todos os símbolos que todos nós acalentamos.

E ele arrastou Deus e o Cristo no imbróglio.

Se o Nosso Rabi desejasse ficar sozinho no pódio, ele não teria convocado doze apóstolos e posteriormente mais setenta discípulos.

Está lá em Lucas, 10 v 1.

De minha parte, eu farei aqui uma confissão: Eu acalento símbolos até mesmo fora do cristianismo, porque conservo a mente e o coração livres.

Eu cito como exemplo a admiração que nutro por Mahatma Gandhi, e ele não se intitulava cristão.

Ele é um dos meus símbolos pelo seu caráter e pela sua integridade.

Uma coisa será indispensável acrescentar: Eu nunca considerei Gandhi perfeito.

Sem pecado, no meu entendimento, somente Jesus.

Embora reconhecendo este limite na grandeza de Gandhi, isto não impediu que eu o colocasse no pedestal de uma extraordinária figura humana.

Será que eu desmereço a excelência do Cristo, exaltando filhos de Deus que se esforçam para se erguer acima dos mortais comuns?

Dito pregador menosprezou e considerou ilícita qualquer menção honrosa sobre espíritos ou entidades que não fossem Jesus e Deus.

Ele declamava uma injustificável condenação de tudo fora do divino.

Como se o mundo do homem não fizesse parte, também, do mundo de Deus.

Ele repetia a palavra "espírito" - com certo desprezo, dando a impressão que aquele vocábulo estava lhe fazendo mal.

Na visão deste pregador, até o respeito e veneração que se dedica aos antepassados pode ser algo proibido e pecaminoso.

No conceito desta criatura, só Deus e Jesus podem ocupar nossos pensamentos.

A história que contamos a pouco, revelando o carinho de Éddie Cantor pela memória da avó aparece no centro das conotações proibidas.

E nós sabemos que Vovó Ester foi símbolo venerado na vida de Eddie Cantor.

E a Bíblia diz - "honrarás pai e mãe".

Acredito que existe uma hierarquia na formulação de nossos relacionamentos.

Eu sei que o primeiro amor deverá ser dedicado ao nosso Deus e ao seu Cristo.

Isto ninguém contesta - nem eu.

É um fato notório, reconhecido universalmente.

Não vejo - antes exalto - os muitos amores na vida de cada um.

O próprio Cristianismo nos conclama ao amor universal.

Existe uma escala de valores que o próprio Pai Eterno instalou no recôndito da consciência de cada um.

Nesta hierarquia estão contempladas figuras que fazem parte de nosso relacionamento.

E neste rol se encontram conhecidos e conhecidas, e chegamos ao absurdo de incluir nesta lista os próprios inimigos.

É o Evangelho quem diz:

"Amai aos vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem".

Mateus, 5 v 44.

Se você não conseguir fazer um juízo favorável em torno do seu adversário de ontem, jamais conseguirá respeitá-lo.

Se respeitar o inimigo já é difícil quanto mais amá-lo.

Mas o fato é que o Evangelho ensina este remédio se você deseja ser curado da maldição do ódio.

Não importa que a panacéia seja difícil de tragar.

Você terá que fazer um esforço para garimpar algo bom no companheiro de relacionamento complicado.

O fato é que todos possuem algo positivo.

E é neste algo positivo que você irá se concentrar para colocar aquele adversário no pedestal.

É o Evangelho nos conclamando a mover céus e terra para enaltecer figuras humanas, mesmo contra nossa disposição.

É preciso conservar os olhos atentos para não desperdiçar sinais de algo positivo em nosso ex-desafeto.

Será necessário afastar todo o preconceito.

Jesus, certa vez, deparou cachorro morto na estrada.

O pobrezinho estava em estado deplorável.

Alguém o espancara até a morte.

Contrariando a opinião geral negativa, o Nosso Rabi contemplou aquela massa pútrida e disse:

- Que lindos dentes possui este cachorrinho morto.

Ficou na história a grande lição do Mestre.

Podemos enxergar coisas agradáveis até num cão violentado.

Acompanhando esta vertente, nosso inimigo por certo possui virtudes que somos compelidos a encontrar nele.

Reconhecendo as qualidades de nosso ex-inimigo, ficamos na mira daquele pregador que só admite admiração e louvor para Deus e o seu Cristo.

É pecaminoso procurar virtudes em nosso semelhante.

Talvez até mesmo ele nos acuse de idólatras.

Fora da vertente de Deus e do Cristo, na opinião dele tudo é deserto, tudo é mau, tudo é pecaminoso.

O resto do mundo deve ser encarado com prevenção, na opinião estreita deste estudioso da Bíblia.

Que tristeza, meu Deus!

Como alguém vai procurar méritos no inimigo, para que possa amá-lo, se o cristão perdeu o direito de valorizar os outros?

Nossa opinião é completamente diferente: Ninguém pode amar a Deus que não vê, se não enxerga virtudes no próximo que caminha ao seu lado.

Genaro Olivieri era um garoto bastante complicado.

Na cidade de Nápoles, onde morava, ele se queixava com freqüência:

- Somos a única família, nesta cidade, que ainda não tem carro.

Eles se obrigavam a fazer as compras, utilizando carroça antiquada, arrastada por um cavalo velho.

Aquilo era o máximo de humilhação para Genaro.

Sua mãe o consolava, dizendo:

- A maior riqueza do mundo é o caráter, meu filho. Viver com pouco fortalece nossos espíritos.

Genaro Olivieri não se mostrava convencido, e zombava das palavras da mãe.

- Ninguém compra um carro com esta fortaleza de espírito, dizia ele, desmerecendo a paciência da mãe.

Sua obsessão de italiano legítimo era um motor a gasolina.

- Eu só serei feliz quando formos proprietários de um automóvel, proclamava o menino.

Naquela semana, na rua principal da cidade, foi instalada uma agência especializada na venda e manutenção de veículos automotores.

Para incrementar a propaganda, a direção da empresa resolveu vender uma rifa de um automóvel zerinho.

Aquilo produziu verdadeira festa em toda a região.

Durante a semana inteirinha, grupo de pessoas se reuniu na frente do exemplar em exposição, todos antegozando o milagre de ser o feliz contemplado.

Genaro ficou sabendo que o seu pai comprara o número 537.

Aquele número não lhe saia da cabeça, dia e noite.

- Ah! Se Deus me concedesse tamanha bênção, repetia Genaro, como se fosse estribilho de canção popular.

Com carro na garagem, a vida seria outra.

Na data do sorteio, Genaro estava entre os primeiros.

E o número sorteado foi, por incrível que pareça, o 537 comprado pelo seu pai.

Genaro estranhou que o feliz contemplado não estivesse ali para tomar posse da máquina.

Seu pai desaparecera.

Como verdadeira flecha, Genaro partiu para casa, em busca de uma resposta.

Sua mãe fez sinal para que ele não incomodasse o pai.

Um problema de consciência o mantinha no quarto, de portas fechadas. A mãe explicou, mais ou menos, o que estava acontecendo:

- Seu pai comprou dois bilhetes: o 537 e o 538. Um deles em nome do seu patrão. Seu Natalino deixou seu bilhete nas mãos do seu pai, e ele insiste que o 537 pertence ao patrão.

- Está na hora de papai deixar de ser bobo, explodiu Genaro. Seu Natalino é rico e tem dois automóveis. Ele nem vai questionar o fato. Seja nosso ou não este bilhete, papai tem que ficar com o prêmio.

- Seu pai sabe o que fazer, filho, disse a mãe. Sem a menor dúvida, ele escolherá o que a sua consciência resolver.

Dali a pouco o quarto foi aberto, e o pai de Genaro foi direto ao telefone:

- Senhor Natalino, eu queria lhe comunicar que o seu bilhete foi sorteado na rifa automóvel. Escrevi suas iniciais a lápis, no verso do bilhete. Por isso eu tenho certeza que o contemplado foi o seu número. É só pegá-lo comigo, ir à agência e receber o prêmio.

Genaro fez enorme esforço para não avançar sobre o pai, dominado por uma raiva incontrolável.

Mas aquele homem tinha caráter, e nada poderia modificar a sua decisão.

Os anos passaram, Genaro cresceu e foi a luta.

E pelo muito esforço conseguiu adquirir um automóvel.

Passados aqueles momentos de raiva, Genaro aprendeu a admirar a integridade moral do seu pai.

Muitas vezes, ele evocou as sábias palavras da mãe:

- A maior riqueza do mundo é o caráter, meu filho, dissera ela.

E aquilo passou a orientar a sua vida.

- Sem dúvida nenhuma, desabafou Genaro, para sua esposa: O momento de maior riqueza da nossa família foi aquele dia em que meu pai teve a coragem de dar aquele telefonema.

Depois de contarmos esta experiência valorosa de integridade, acreditamos suficientemente provada a tese dos muitos símbolos.

Deus e Jesus estão no topo da lista.

Mas abaixo deles também existem claridades.

Não é porque as águias ocupem seus lugares no alto das montanhas, que se neguem espaços para os pardais e as corruíras.

Este universo imenso feito por Deus tem lugares destacados para gigantes e anões, porque todos saíram das mãos Dele.

Exemplos de renúncia e grandeza continuam pipocando, aqui e acolá.

Deus e Jesus não ficaram sozinhos, isolados num deserto de sombras.

Todas as famílias podem, devem e tem direito de venerar seus símbolos.

Não é indispensável ser perfeito para ser bom.

Não será exigida santidade para que alguém seja chamado justo.

A perfeição com certeza será a soma de atitudes esparsas de coragem, como aquela coragem demonstrada pelo pai de Genaro Olivieri.

Não esperemos que alguém seja crucificado em nosso lugar, para somente então proferirmos um tímido muito obrigado.

Existem gestos de carinho que valeriam milhões, se fossem vertidos para convenções monetárias.

Existem renúncias que embelezam o caráter de pessoas anônimas, escondidas na modéstia e na humildade.

Precisamos aprender a valorizar as bênçãos nossas de cada dia.

São exemplos de solidariedade, num planeta de expiação e provas, que transformam os seres humanos em símbolos merecedores de respeito.

É Jesus conclamando os discípulos, no Sermão da Montanha, provando a todos que também o ser humano pode ser exemplo:

"Brilhe vossa luz diante dos homens, para que todos vejam as vossas boas obras, e glorifiquem ao Pai que está nos céus".

Palavras de Jesus, em Mateus, 5 v 16.

Louvado seja Deus.


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