Pequenas Tarefas - Grandes Recompensas

Data: sábado, 19 de fevereiro de 2011

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Aluno de jardim da infância, o menino Miguel adentrou a biblioteca da escola. Como sempre, a marca da timidez era sua característica.

Quem revelou este fato foi a bibliotecária Elza Amorim.

Chamou minha atenção, puxando meu casaco, disse ela:

- Quando fui fechar a janela me machuquei, explicou o garoto.

Ele estendeu a mão, e eu pude ver um curativo muito bem feito, explicou Elza.

- Mas, esta atadura já está pedindo outra, Miguel. Precisamos trocá-la, imediatamente. Vamos à sala de curativos e o enfermeiro fará o serviço.

O garoto de seis anos disse um "não" com tamanha energia que a bibliotecária até se surpreendeu.

Aquela palavra "não" escapara como se fosse um protesto.

Ele escondeu sua mão atrás das costas, temendo que eu o levasse à força para a sala de curativos.

O menino resistia, energicamente, à tentativa de remoção das ataduras que a professora colocara.

Foi nesta altura que a bibliotecária compreendeu a negativa de trocar o curativo.

Para acalmar as apreensões do garoto, ela se apressou em dizer:

- O que a professora fez está bem feito e não se mexe, Miguel. Pode ficar tranqüilo.

A bibliotecária percebeu o retorno do alívio ao rosto da criança.

Aquele menino encontrara no curativo da professora uma das poucas razões de otimismo em sua vida.

Naquele pequeno mundo em que ele estava inserido, talvez tenha sido a única vez que alguém se preocupara com ele.

O pai de Miguel deixara a família na miséria, e fugira.

Sua mãe corria o bairro, trabalhando como diarista, sem tempo para atender as crianças com o devido empenho.

Os irmãos mais velhos não paravam em casa.

Miguel vivia praticamente sozinho, com os seus pensamentos.

Aquela atadura, portanto, passou a representar um símbolo.

Servia pouco para o ferimento físico, simplesmente matando germes e bactérias.

Servia de forma ampla e confortadora para aliviar as chagas abertas da alma.

Cada vez que Miguel acariciava aquele curativo bem feito, crescia nele a certeza de que alguém, no seu pequeno mundo, se preocupava com ele.

Alguém caminhava ao seu lado, e velava pelo seu bem estar.

Por isso ele defendia com tanto ardor aquele curativo que a professora fizera.

Na sua cabecinha infantil, ele estava disposto a guardá-lo até o fim da vida, se fosse possível.

O nosso mundo é uma sociedade confusa e perplexa, incoerente e muitas vezes cruel.

Mas uma coisa precisa ser dita:

- Existe gente solidária fazendo a diferença.

Desde o nascimento até o desencarne, estamos cuidando e sendo alvo de cuidados.

Entre o solidário e o não solidário encontra-se o divisor das águas entre ajustados e desajustados.

Ninguém conseguirá o indispensável equilíbrio, escapando desta corrente de solidariedade.

Quem não estiver albergado nesta permuta de socorro corre o risco de se perder, na busca frenética de substitutos.

Quando sente o peso da solidão, o ser humano pode se entregar ao primeiro aliciador que lhe cruze o caminho.

Podem ser as drogas, incluindo bebidas alcoólicas, o sexo sem regras, a compulsão pelo jogo, o comportamento anti-social ou a violência.

Todos estes desvios de conduta podem ser sucedâneos da convivência proveitosa com os irmãos.

Quando alguém desce uma ladeira, correndo a toda velocidade, nunca se tem certeza de que ele conseguirá parar.

Todas estas inclinações que degradam o ser humano são produzidas pela falta de alguém capaz de fazer um curativo na alma.

Uma longa exposição ao isolamento enfraquece o precioso elo que é preciso manter com o terapeuta do coração partido.

Um longo isolamento faz crescer o desânimo.

A constância da solidão transforma o Dom Casmurro em pasto para espíritos mal intencionados.

Aquela professora que fez o curativo no menino Miguel foi sábia e previdente, pois carregou a criança para este outro lado.

O lado dos que recebem cuidados.

O lado dos que são atendidos por alguém solidário.

O lado dos que utilizam a força renovadora da compaixão.

Fez que o menino percebesse que nem tudo estava perdido em sua vida: Incutiu-lhe uma coisa que se chama esperança.

O estandarte da esperança foi erguido na vida do menino.

Talvez a professora nem tenha percebido a extensão e conseqüências do seu gesto.

- O que eu fiz não passou de uma ninharia, foi o desabafo com que ela definiu o seu procedimento.

Freqüentemente nós pensamos que assistir ao semelhante tenha sempre que envolver montanhas de dinheiro.

- Quando eu ganhar na loteria, eu vou construir um asilo para os velhos, uma creche para as crianças e uma escola para os adolescentes.

O pior é que tais votos imobilizam o cristão de fazer alguma coisa agora, no momento presente.

Usando o escudo de uma promessa injetada na incerteza, tudo fica p'ra depois.

Tudo irá sendo protelado para depois do prêmio da loteria.

As intenções podem ser as melhores do mundo.

Os sonhos até poderão se concretizar, dentro dos desígnios insondáveis do Pai Celestial.

Não custa para Deus fazê-lo rico, de uma hora para outra.

Para o Senhor nada é impossível.

Mas, será bom que você reflita sobre o assunto:

Será que você vai ser mais recompensado simplesmente pelo fato de doar enorme quantidade de bens materiais?

O apóstolo Paulo, num texto dirigido aos Coríntios, fala deste assunto:

"Ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o próprio corpo para ser queimado, se eu não tiver amor nada disto será aproveitável".

1ª Coríntios, 13 v 3.

O Evangelho diz que não é o volume de benefícios que conta.

Será necessário economizar a vida inteira, e renegar as pequenas ocasiões de servir, até que o bolo fique grande?

É claro que a vontade de Deus não pode ser esta.

Jesus foi bastante claro:

"Quem distribuir um simples copo de água fria (...) em verdade vos digo que não perderá o seu galardão".

Mateus, 10 v 42.

Não é o volume da doação que importa: Importa o envolvimento emocional de quem ajuda.

Importa a liberalidade do gesto fraterno.

Nas palavras de Paulo:

"(...) se o amor não estiver presente nada disto será aproveitável".

1ª Coríntios, 13 v 3.

Para além da Babilônia, na cidade Balk, viveu, há muitos séculos, um homem rico, chamado Mahmud.

Ele era jovem bastante inteligente, e, diziam os sacerdotes, que se comunicava com os deuses no templo de Bel.

Por inspiração destes gênios, Mahmud estava construindo uma gigantesca pirâmide.

A pirâmide se destinava ao abrigo e alimentação de todos os necessitados da Terra.

Procissões de infelizes batiam nos portões principais da enorme construção, suplicando abrigo.

- Nada posso fazer por vocês, agora. Aguardem, porém, mais algum tempo. Quando a pirâmide estiver pronta, eu abrirei os portões e todos serão socorridos.

Os anos passaram.

Os pobres já nem eram os mesmos.

O próprio Mahmud já tinha os cabelos embranquecidos e caminhava encurvado.

Mas ele persistia na construção da grande pirâmide.

Seu sonho de abrigar e alimentar todo mundo não lhe saia da cabeça.

Breve, muito breve, a pirâmide ficaria pronta, e nem a fome, nem o desabrigo, maltratariam os humanos.

Do alto da torre, Mahmud gritava para as hordas que se aproximavam, em busca de agasalho:

- Ainda não posso socorrê-los! Aguardem para breve a inauguração da pirâmide.

A miséria nas imediações de Balk ainda mudou de rosto muitas vezes, antes que Mahmud terminasse sua obra fantástica.

Mas, finalmente, a pirâmide foi inaugurada.

Era uma construção faraônica, que permitiria um trabalho imenso de socorro.

Todos vocês naturalmente estarão me perguntando:

- Com toda a certeza, aconteceu um final feliz? Mahmud, deve ter socorrido e alimentado todos pobres de Balk?

- Engano, amigos! Os pobres de Balk continuaram famintos.

- Ora, mas por quê? A pirâmide pronta era o ponto de partida para um futuro sem fome. E você nos diz que os pobres continuaram famintos. Não dá p'ra entender, Getúlio?

- A explicação, meus caros, é que Mahmud morreu no mesmo dia da inauguração da pirâmide.

- Mas e a pirâmide? O que aconteceu com ela.

- Ora, meus amigos: A pirâmide serviu de sepulcro para Mahmud.

Moral da história: Partilhar aquilo que dispomos hoje será mais seguro do que esperar os milhões de amanhã.

Pequenos atos de ternura poderão ser ataduras para as feridas da alma.

E ninguém diga que não tem recursos.

- Você tem olhos para enxergar: Ajude um cego a atravessar a rua movimentada. Tem mãos para traçar um gesto de bênção? Direcione sua prece e abençoe. Divida seu tempo com os excluídos e os idosos.

Seja qual for a altura em que a sua vida se cruzar com a de outrem, você terá oportunidade de refazer uma atadura no coração de alguém.

Diferente dos ferimentos no corpo, os ferimentos da alma precisam ser detectados com os olhos do espírito.

Existem mil oportunidades de levar consolo aos nossos irmãos:

Dizer a eles que estamos preocupados com sua saúde.

Enviar um bilhete, quando não é nossa vez de escrever, um telefonema quando nos faltar tempo para o bilhete, um gesto de carinho que seja.

Tudo será válido quando ajudar seja propósito legítimo.

Um pedido de desculpa quando não ficou claro quem causou a confusão.

Sorriso aberto e palavras de incentivo terminarão desfazendo os desentendimentos.

Vocês já imaginaram o quanto o nosso mundo poderá se modificar em termos de harmonia?

Não esqueçam que Jesus não foi além de um simples copo de água.

Quem oferecê-lo de forma alguma perderá o seu galardão.

Deus não se importa que sejam pequenas coisas..

Os valores humanos diante de Deus são irrelevantes.

Nunca esqueçamos das palavras de Jesus, ao presenciar a oferta da viúva pobre:

"Em verdade vos digo que esta mulher deu mais que todos os outros. (...) Da sua pobreza, ela entregou o seu próprio sustento".

Marcos, 12 vv 43 e 44.

Estes valores irrelevantes para Deus, porém, poderão levar conforto a um espírito aflito.

E neste ponto o dinheiro nosso de cada dia será valorizado

Ele ganha importância, quando revela o grau de desapego da criatura.

As duas pequeninas moedas da viúva pobre forneceram o perfil de uma pessoa extraordinária, elogiada por Jesus.

O irrelevante também traduz mensagem de boa vontade.

Cada um de nós poderá fazer um esforço consciente de preocupação com as dores alheias.

A compaixão representa embalo capaz de transformar a nossa personalidade.

Será mister rogarmos ao Senhor que aumente nossa compaixão.

Egoísmo e indiferença pelas dores alheias são hábitos difíceis de perder.

E a preguiça completa esta nossa sinistra inclinação.

Para romper a queda para os lados do comodismo será necessário esforço urgente. Ninguém se iluda!

Pedir a Deus que nos torne mais humano é um passo decisivo.

O passo seguinte se tornará bem mais fácil.

Um sistema que tem se revelado eficaz é a procura de pessoas com problemas maiores.

Visitar os mais velhos em asilos e hospitais é uma excelente fórmula.

Uma senhora de mais de oitenta anos, que eu conheci, passava o dia comentando doenças e desventuras.

De repente, ela viu-se envolvida escrevendo cartas de consolo para pessoas com fardos maiores.

O resultado foi uma reviravolta de cento e oitenta graus, na sua vida.

Ela ficou desprovida de tempo para comentar seus inúmeros males.

Ela esqueceu suas tristezas.

Ganhou novo rosto, novos diálogos e novos amigos.

Começou a cuidar de um jardim, e se lançou a todos os afazeres com enorme alegria.

Aquela mulher despertou para interesses novos, em sua vida, e as suas cartas tornaram-se recheadas de notícias interessantes.

Como repórter de boas novas, ela se tornou ponto de referência para inúmeras pessoas, no seu bairro e na sua cidade.

O Evangelho do Nosso Rabi não é diferente deste intercâmbio entre as criaturas de boa vontade.

Pregar Evangelho será sempre distribuir pérolas de palavras edificantes, despertando emoções sadias.

Ninguém declare que não tem recursos para interagir.

Colocar ataduras nos ferimentos da alma dos outros será sempre um processo dinâmico, que Deus abençoa e aprova.

Quem carrega esta consciência do dever é um arauto da divindade, esteja em qualquer religião.

Um elogio sincero ao trabalho bem feito de um artesão, por exemplo, vale por uma exemplificação de Evangelho.

A maioria paga o serviço e se afasta da oficina, indiferente ao esforço e a boa vontade do artífice.

Duas palavrinhas podem ser uma atadura na alma do profissional que faz sua parte com carinho.

Por quê não?

Não será agradável constatar que o seu esforço nem foi notado.

Por isso, um elogio sincero se torna incentivo e remédio.

A auto-estima daquele profissional vai crescer, e ele será levado a se tornar ainda mais eficiente.

Nascerá da generosidade de alguém um circulo virtuoso

Dá para percebermos o efeito em cascata de uma simples avaliação. Cada vez que você encara o mundo de forma solidária, estará semeando bons frutos para o bem da coletividade.

Será mais fácil aperfeiçoarmos nossa performance, quando nosso trabalho é reconhecido.

Elza Medeiros freqüentava aulas noturnas, depois de um dia estafante em balcão de loja.

Na frente da filha Suzi, de 11 anos, ela disse:

- Estou completando meus estudos graças a minha filha Suzi. Se ela não cuidasse do jantar e colocasse a irmã menor na cama, eu jamais conseguiria tempo para realizar meu curso noturno.

Quando escutou estas palavras de incentivo, o rosto de Suzi ficou ruborizado de alegria.

Dali para frente, com certeza, ela iria se dedicar ainda mais.

As palavras de incentivo e reconhecimento da mãe representaram alavanca poderosa para desfazer eventual desânimo.

E podemos acrescentar ainda outro benefício ocasionado pelo elogio de Elza Medeiros:

Suzi estava entrando numa idade perigosa, e dificilmente sucumbiria ao assédio dos hormônios.

Ao lado daquela mãe, ela sentia segurança.

A sensação de ser útil torna-se poderoso antídoto contra os desvarios da adolescência.

Coloque tarefas gratificantes nas mãos dos seus meninos e meninas, acredite neles, e verdadeiros prodígios acontecerão.

Aliás, tais encargos são benéficos para todas as idades.

Jane Lindstrom nos conta uma história de família:

"Meu avô veio morar em nossa casa, depois que vovó morreu".

Levando em conta o seu desgosto, insisti para que Tom, nosso filho de sete anos, não o incomodasse.

Atendendo meus sermões diários, eu percebi que as minhas ordens estavam sendo cumpridas.

Tom permanecia distante do avô, manifestando reservas e reticências que lhes foram impostas.

Um dia, vovô estava limpando o jardim, mas eu o aconselhei a se afastar do trabalho, que eu considerava pesado.

Manter o idoso na ociosidade tem sido costume das famílias.

- Largue isto, vovô, disse Jane. Sente-se na cadeira de balanço e curta o sol, que vai lhe fazer bem.

Mas nada parecia distrair vovô.

Cada dia que passava, ele se tornava mais triste.

Foi quando o milagre aconteceu:

Voltando uma tarde de um passeio, Jane encontrou o avô raspando o chão, enquanto o menino amontoava o lixo.

- Vovô e eu estamos fazendo um jardim, disse o garoto com alegria. Ele está me ensinando a fazer limpeza.

Os dois estavam ofegantes pelo muito esforço.

Eu já ia protestar, quando percebi o brilho dos olhos de vovô.

O seu velho sorriso tão familiar retornara ao seu rosto.

Tom realizara um curativo na ferida da alma do avô.

A interação entre o velho e a criança resultara milagrosa.

- Substitui a censura pela oferta de mais trabalho, explicou Jane: Relacionem as sementes de flores que forem necessárias, e amanhã mesmo irei comprá-las.

O jardim passou a ser fonte de orgulho para o neto e o avô.

Os dois se ocuparam, instalando até bebedouros para os passarinhos, onde a água era substituída todos os dias.

Esta é a grande verdade:

Nunca arranque o brinquedo das mãos de uma criança e as ferramentas das mãos de um velho.

Com toda a certeza aquilo será o remédio que vai cicatrizar a machucadura das suas almas.

Uma viúva numa cidade do interior da Baía, quando os filhos casaram e se foram, disse para o pároco da igreja:

- Minha vida terminou. Meus filhos já não precisam de mim. E eu não sei mais o que vou fazer?

- Sim! É verdade! Disse o padre. Seus filhos já não dependem mais da senhora. Mas não se iluda. Existe muita gente precisando. E chegou a hora do encontro com eles.

Encaminhada pelo sacerdote, aquela mulher terminou numa instituição de socorro para crianças deficientes.

Ela assumiu o encargo de contadora de estórias.

Todas aquelas narrativas que encantaram seus filhos, ela começou a repetir para entretenimento das outras crianças.

Foi sucesso imediato, tanto para as crianças quanto para ela.

O tédio se foi.

O aborrecimento da solidão desapareceu.

Entusiasmo nunca esperado transformou sua vida numa sucessão de surpresas agradáveis.

Dona Lurdes, posteriormente, aperfeiçoou o seu trabalho, dramatizando as estórias e ensinando a arte de representar.

Como vocês poderão perceber, ajudar não precisa ser necessariamente dispendioso.

Basta que exista tempo disponível, vontade de ser útil e uma reserva de amor no coração.

Dona Lurdes, liberada de compromissos familiares, permaneceu anos e anos aproveitando seu tempo em favor daquelas criancinhas.

Não fosse o incentivo daquele sacerdote, e ela teria longo tempo de tédio, solidão e tristeza, encerrada no cárcere do egoísmo.

Quem possui amor p'ra oferecer precisa estar sempre atento:

Este nosso mundo é campo enorme para semeadura.

Veja que o apóstolo Paulo recomenda o amor como credencial para um bom trabalho.

Se você possuir amor no coração nada lhe falta.

Escute o que diz o apóstolo:

"Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como bronze que soa ou como campainha que retine".

1ª Coríntios, 13 v 1.

"Ainda que eu tenha o dom de profetizar, e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor eu nada serei".

1ª Coríntios, 13 v 2.

Prestem atenção na profundidade destas palavras de Paulo, que nós ressaltamos no texto:

"Ainda que eu tenha fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor nada serei".

1ª Coríntios, 13 v 2.

Pelo texto de Paulo, ressalta-se uma conclusão lógica:

Mais do que possuir fé, mais do que ser um sábio, profeta ou revelador de mistérios, valerá a pena crescer no amor recomendado pelo Cristo.

Ademais, existe algo que também precisa ser considerado:

Enquanto não alcançarmos as alturas do amor, carregaremos o estigma da ingratidão.

Sim!

Quantas criaturas nos têm servido até hoje, desde que nascemos?

As orações de nossos pais, a disciplina que eles nos ensinaram, os conselhos que moldaram o nosso caráter.

Nossos professores que iluminaram nossa mente, com a ciência, arte e filosofia.

Pessoas anônimas que nos transmitiram preciosas informações.

Conhecedores de todo este cabedal que nos foi entregue, seria ingratidão negarmos nossa dívida.

Desde que tanta gente colocou ataduras nos ferimentos de nossas almas, será que ainda não tivemos coragem de assinar a fatura?

O dilema se desenha na consciência.

A dúvida aparece resplandecente no rosto da esfinge.

E a resposta só pode ser uma:

Deus não deseja queimar o nosso corpo, em sacrifício pelos nossos muitos pecados.

Não! Este não é o estilo característico do Nosso Rabi

O Pai Celestial simplesmente deseja que cresçamos em amor para que a nossa contribuição se torne legítima e abençoada.

Louvado seja Deus.



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