O Canto do Galo e o Sol

Data: domingo, 1 de setembro de 2013

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Embora coincidam os horários em que ocorrem os fenômenos, não é o canto do galo que faz nascer o Sol.

Na famosa peça de Edmond Rostand - "Chantecler", o galo tinha certeza de que era seu canto ao amanhecer o dia que forçava o aparecimento do astro.

O galo observara que depois que ele cantava o Sol aparecia, e ele se encheu de gosto e orgulho.

Esta fábula ilustra perfeitamente o que os estudiosos de lógica chamam de erro "post hoc".

Quando um acontecimento precede outro, existe uma tendência natural para concluirmos que o primeiro fato produziu o segundo.

Durante séculos, a malária foi considerada peste inexplicável.

Observadores notaram maior incidência dela nas pessoas de hábitos noturnos.

Concluiu-se que o ar da noite era o vilão que causava malária.

E foram tomadas medidas para se prevenir do elemento pestilento.

Para acabar com a controvérsia, foi necessária a contestação de Walter Reed, que provou como causa verdadeira a mordida do mosquito anófele.

O ar da noite fazia parte da cena tão somente porque o mosquito preferia atacar no escuro.

Nem o canto do galo carregava o Sol para nosso horizonte, nem a malária era produzida pelo ar da noite, como concluíram alguns afoitos.

As expressões latinas que se aplicam a este falso raciocínio é "post hoc" depois disto ou "ergo propter hoc" que significa portanto devido a isto.

Das muitas ilusões da lógica, "post hoc" talvez seja a mais comum.

O ser humano é apressado em suas conclusões, e vai semeando teorias desencontradas.

Não nos sentimos confortáveis quando ignoramos as realidades que fazem parte do nosso pequeno mundo.

Tudo necessariamente precisa ficar contido e ser analisado nos limitados contornos da nossa inteligência.

Ficamos infelizes quando percebemos que nossa capacidade não alcança o nível de entendimento exigido.

Tateando no escuro, então, nós arriscamos uma hipótese.

- Qualquer razão, mesmo errada, é melhor do que nenhuma.

É urgente, para nosso bem estar, que tudo se enquadre, dentro do nosso raciocínio, que precisa compreender o que acontece em nosso redor.

O galo da fábula ignorava a razão daquele disco dourado surgir exatamente depois que ele cantava, e raciocinou com pressa.

- Meu canto produz este disco dourado que traz claridade para o galinheiro, foi a conclusão do galo que se julgava criador do Sol.

Eu como fatia de melão, no almoço, e qualquer indisposição estomacal, nas próximas 24 horas, será culpa atribuída ao melão.

Pepino é a mesma coisa.

Ele adquiriu fama de indigesto, e tem arcado com as consequências.

Mamãe já nos alertava, em criança, quanto aos malefícios do pepino.

- Pepino como salada e uma taça de vinho tinto é morte certa, diziam meus tios, falando baixinho para evitar maus agouros.

O estômago não possui voz para explicar os desarranjos, e ficamos perdidos em mil conjeturas.

Os desarranjos podem ter origens emocionais.

A discussão irritada na mesa do jantar é provável vilã da estória.

Ameaça do chefe de que haverá corte na folha de pagamento é outra probabilidade.

O medo do desemprego pode ser causa da indigestão.

O pepino é apenas uma possibilidade.

Mil motivos provocam dor de estômago.

Nós, todavia, em nossa pretendida infalibilidade, nos apressamos a inventar estória e a defendemos com unhas e dentes.

A teimosia é alguma coisa difícil de vencer.

Alguém enxerga um gato preto, principalmente se for sexta-feira, 13, e, por coincidência, acontecer algo desagradável.

O circo pega fogo!

O causador de tudo é o pobrezinho do gato preto.

Se ele não tivesse aparecido, a contrariedade teria sido afastada, segundo afirmação peremptória da criatura teimosa.

Muitas superstições nascem da pressa em explicar o dilema.

A maioria das pessoas sofre o efeito de acontecimentos desagradáveis, em alguns instantes das suas vidas.

Isto é normal e não tem remédio.

Uma coincidência acontece e o infeliz fica de orelha em pé, arrepiado, pelo simples fato de ter passado por baixo de uma escada.

- Eu me descuidei, e quando dei por mim já estava do outro lado da escada.

Distraído, ele desafiou as terríveis consequências, realizando a travessia proibida.

Este é o desabafo do Zé das Quantas, impressionado com presteza do castigo que recebera, depois de ter violado os códigos da magia.

O fato de ter passado debaixo de uma escada, de repente, na sua cachola, foi responsável pelo acontecimento infausto.

A criatura supersticiosa fica à mercê de presságios.

Será que hoje é dia propício para pedir a mão da Dolores em casamento?

Entregar-se, de corpo e alma, aos caprichos da sorte, é um dos pecados capitais no terreno minado das fantasias populares.

O incidente, que nem seria notado por alguns, se transforma em pânico, modificando agendas e transtornando, por completo, as expectativas.

Esta espada de Dâmocles da imaginação fértil vem ameaçando a cabeça de mortais desatentos.

O cachorro persegue a criança que mostra medo.

O imã atrai a limalha do ferro.

A falta de confiança em Deus enxerga como reais aqueles monstros que são criados pela falta de convicções.

Satanás vive existência virtual na consciência daqueles que acreditam nele.

Será perfeitamente possível acreditar naquilo que não existe.

Aquele galo da peça Chantecler de Edmond Rostand, por exemplo, tinha absoluta certeza de que o seu canto pela manhã fazia nascer o Sol.

Ele, orgulhosamente, se considerava responsável pela claridade que descia sobre o galinheiro.

Quem já não escutou algo estranho aos ouvidos, numa espécie de oráculo cabalístico desenraizado não sei de onde?

A velha tia cobrindo apressada a vasilha do leite, afirma ligeiramente assustada:

- Jamais deixe o leite em panelas descobertas: Uma trovoada o fará azedar, diz titia, repetindo a notícia trazida pelos antepassados.

Acontece que as trovoadas são próprias de dias quentes, e o calor estimula as bactérias que azedam o leite.

Trovoadas e relâmpagos nada tem a ver com isto.

Eu conheci um cidadão que nunca fazia limpeza nos dentes.

Ele dizia que o tártaro protegia o esmalte, formando em torno dele um abrigo que mantinha os dentes longe de micróbios.

- A natureza acumula o tártaro para formar capa protetora, pontificava este nosso vizinho.

- Cada louco com sua mania, na opinião abalizada do João dos Anzóis.

Os nativos das Novas Hébridas, no Sul do Pacífico, acreditavam que os parasitas mantém a pessoa sadia.

- Todas as pessoas sadias têm parasitas, ao passo que as doentes não são perturbadas por eles, explicam os nativos.

A conclusão científica é diferente:

Quando alguém adoece, o clima quente da região faz a temperatura subir de maneira exagerada.

Movidos pelo intenso calor, os parasitas dão o fora. Desaparecem!

Na Idade Média, os ingleses acreditavam que o aparecimento do cometa Halley em 1066 provocara a derrota na Batalha de Hastings.

A investigação científica não confirmou qualquer influência.

Os anunciantes na mídia relacionam a felicidade ou até pedidos de casamento ao uso de determinada marca de pasta de dentes.

É usar a dita pasta e pronto: Seus problemas estarão resolvidos.

Para o êxito no amor, por parte do sexo masculino, sorrateiramente aparece um creme de barbear de marca X.

Bebidas de alto preço são exibidas na mídia, sorvidas por casais apaixonados, com sugestão de que são infalíveis para o sucesso no amor.

Em nossos dias, mais do que em qualquer outra época, esta técnica da correlação questionável invadiu também as religiões.

A "prosperidade" é novo "deus" e até cultos especiais são realizados suplicando cofres repletos.

Existem pregadores vinculando a liberalidade das contribuições aos cofres dos templos como alavancas para o crescimento financeiro das pessoas.

Quem não contribui desaparece pobre e desmoralizado, como castigo.

As ofertas definem prosperidade ou miséria.

É aquela mesma pretensão do galo da peça de Rostand imaginando que o Sol nasce forçado pelo cântico do galináceo.

- A riqueza e o sucesso chegam logo depois que os contribuintes mandam ofertas, exclamam figuras bem vestidas e bem alimentadas.

- Entregando o cachê ao Deus dos Céus, imediatamente a prosperidade toma conta das empresas destes associados financeiros de Deus.

Na opinião destas figurinhas, a Providência Divina deixou sua opção pelos pobres, e passou a apostar na prosperidade de persuasivos doutrinadores.

Aquele ditado "Quem dá aos pobres empresta a Deus" modernamente tem sido forjado diferente.

Os pobres perderam a primazia, quando tudo indica que eles sempre foram prioridades nas preocupações divinas.

Os modernos beneficiários das coletas e ofertas tomaram posse da 2ª carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 9, para "puxar brasas para seu assado".

Isto a despeito de Paulo ter sido claro:

"Distribuiu, deu aos pobres, e a sua justiça permanece para sempre".

II Coríntios, 9 v 9.

Este capítulo 9 - inteirinho - fala de gente pobre e não de figurinhas que desejam ofertas para enriquecer ainda mais.

- Perseverança na contribuição, dizem pregadores de olhos enormes, atrai riquezas.

Dia destes escutei alguém provando que não contribuir para determinada igreja significava roubar de Deus.

O que nós devemos ao Pai Eterno, na opinião destes financistas, teremos que repassar aos cofres daquele grupo.

Do contrário seremos considerados desonestos.

Eles se nomearam tesoureiros do Reino de Deus.

E aqui, sorrateiramente, de forma sutil, eles ameaçam: Quem não for mão aberta vai ficar pobre.

"Mão aberta" para sustentar o filé mignon de criaturinhas já bem nutridas e de barriga cheia.

Eles conhecem a forma de assustar os desprevenidos, e forçá-los a botar as mãos no bolso.

Todas as palavras de Paulo - neste famoso capítulo 9 - se voltam para os necessitados, na região da Macedônia.

"Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia com fartura com abundância colherá".

II Coríntios, 9 v 6.

E aqui, meus caros, nós atingimos um texto que consideramos bomba.

"Cada um contribua segundo tiver proposto no coração e não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama aquele que ajuda com alegria".

II Coríntios, 9 v 7.

Estas palavras de Paulo separam Jesus de Moisés, desvinculam o Novo do Velho Testamento.

Analisem comigo, aqueles que não têm ideias preconcebidas.

Vamos grifar preferencialmente apenas uma frase do texto de Paulo:

- "Cada um contribua segundo tiver proposto em seu coração (...)".

Este trechinho basta!

Todos os tipos de contribuições, dentro da esfera do cristianismo obrigatoriamente teriam que obedecer este caráter de espontaneidade.

Teriam que representar proposta nascida do coração das pessoas, sem qualquer tipo de imposição.

Eu sou liberado para contribuir com 10, 30, 50 ou até 100 por cento, dentro daquilo que for proposto pelo meu coração.

Eu sou livre para entregar tudo o que eu ganho.

Mas ninguém pode estabelecer parâmetros para esta minha entrega, porque isto não se encontra de acordo com o Novo Testamento.

No Velho Testamento, o dízimo era obrigatório; agora não é mais.

É o coração de cada cristão que regula a quantidade de sementes.

Vejam que eu não estou me manifestando contra arrecadações.

Eu sou defensor intransigente do livre arbítrio, que é outro postulado do Evangelho.

- "Onde se encontra o Espírito de Deus aí há liberdade".

Eu acabei de dizer que uma pessoa pode disponibilizar até cem por cento do seu patrimônio.

Esta decisão nasce da própria pessoa, porém, proposta pelo seu coração.

Dentro da instrução do Evangelho ninguém poderá estabelecer percentuais!

O que está errado, no cristianismo, é o estabelecimento obrigatório do Dízimo, porque isto se torna imposição.

Não foi o coração que propôs.

Foram os donos de religiões que estabeleceram.

É um valor imposto numa convenção que não teve o consentimento das pessoas que pagam.

Vale para o judaísmo.

Para o cristianismo - não!

Aliás, no que concerne a Moisés, ele tinha direito a colher o dízimo, porque ele detinha funções religiosas e funções de governo.

O governo subsiste e sobrevive cobrando impostos.

"Dai a César o que é de César", como disse o Nosso Rabi.

"A Lei e os Profetas vigoraram até João".

Hoje, nos encontramos debaixo de novo estatuto e nova bandeira.

Como disse Jesus tantas vezes:

- "Os antigos vos disseram. Eu, porém, vos digo (...)".

Uma coisa é uma coisa - outra coisa é outra coisa,

Ninguém confunda alhos com bugalhos.

A lei de Moisés deixou de representar obrigatoriedade para aquele que é seguidor do Cristo.

O fato de ser estipulado um percentual fixo (dez por cento) arranca o caráter espontâneo da contribuição.

Se existe um percentual - dez por cento - ele deixa de ser proposta nascida do coração das pessoas.

E o Evangelho estabelece com clareza inconfundível:

"Cada um contribua segundo tiver proposto em seu coração".

II Coríntios, 9 v 7.

Como não poderia deixar de acontecer, o Zé Mané está lavrando o seu protesto:

- Getúlio, você parece ter esquecido que a Bíblia diz que "o trabalhador é digno do seu salário"?

- Não estou esquecido não, seu Zé. Quem trabalha deve ser recompensado para manutenção de suas famílias. Para funcionamento eficiente, qualquer organização precisa de um grupo de pessoas para sobreviver. A Bíblia, porém, fala em salário. A Bíblia não autoriza arrancar riquezas incalculáveis dos pobres para satisfação da cobiça de alguns. Isto não é salário. Você terá que concordar comigo, seu Zé: Milhões nos bancos de maneira alguma podem ser confundidos com salário.

Salário é algo sagrado.

É a manutenção da família com dignidade.

Salário é a contrapartida de um esforço de manutenção de uma comunidade ordeira e tranquila.

Não podemos confundir o sagrado da expressão "salário" misturando seu status com a cobiça e avareza dos que elegeram o cofre como deus.

Quem prefere os preceitos ditados por Moisés é livre para segui-lo.

Este se obriga ao Dízimo e ofertas obrigatórias. Concordo! Ele é livre.

No cristianismo, porém, é a consciência e o coração quem dita normas.

"Seja o vosso falar um simples sim, um simples não. O que ultrapassar isto é sugestão do maligno".

Mateus, 5 v 37.

E Jesus continua expondo sua doutrina:

"Também ouvistes o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás os teus juramentos. Eu, porém te digo: De modo algum jurarás, nem pelo Céu nem pela Terra (...) nem pela tua cabeça, pois não podes tornar teu cabelo branco ou preto". Mateus, 5 vv 33 a 36.

Estas palavras provam que Jesus não veio estabelecer outra denominação dentro da religião de Moisés.

Se assim fosse, Ele não rejeitaria preceito tão precioso aos rabinos, que, através de juramento, mantinham os seguidores sujeitos à disciplina.

Vejam que Jesus disse:

- "De modo algum jureis".

No momento que eu me amarro a uma promessa, jurando, estarei esquecendo preceito de Jesus - "Não jureis!"

Juramento é incompatível com a liberdade do Evangelho.

O Mestre desceu a Terra também para libertar os cativos, e alforriar os escravos da religião de Moisés.

- "De modo algum jureis".

Cristianismo é acima de tudo liberdade.

- "Tudo me é permitido, embora nem tudo me seja conveniente" - dizia o apóstolo Paulo consagrando o primado da consciência.

A consciência é o freio do Cristão.

A consciência tem que ser consultada, independente dos códigos humanos.

A consciência se encontra acima dos códigos.

Vejam que o Mestre só definiu dois mandamentos: Amar a Deus é o primeiro - amar ao próximo é o segundo.

O Cristão não se encontra amarrado aos juramentos e leis como os adeptos de Moisés.

Se o Dízimo fosse uma obrigatoriedade com percentual estabelecido, ele fugiria ao Espírito do Evangelho.

Ele representaria violação do livre arbítrio.

É fácil de entender.

O seguidor de Jesus deve contribuir com o que é proposto pelo seu coração.

Sua consciência será árbitro supremo.

-"Sim, sim, não, não," - esta é a linguagem lacônica e corajosa dos filhos do Evangelho.

Integridade é algo que vem de dentro; ela nasce da influência poderosa de nosso Cristo Interno.

Ninguém se gabe de ser honesto, ninguém se ensoberbeça de realizar obras, ninguém se julgue o rei da cocada preta.

A honestidade se alicerça no Deus presente que disponibiliza recursos para que tenhamos segurança financeira.

Com o estômago roncando de fome e sem dinheiro, será que você não furtaria de alguém um pedaço de pão?

Pense nisto e verá que você não é o Criador do Sol.

Graças a recursos emprestados por Deus, você alcançou condições de ajudar.

Sem Deus, sua autonomia seria Zero.

Boas obras são possíveis porque a prodigalidade Divina entregou rações dobradas aos "que semeiam com fartura".

Quanto mais você semear, na mesma proporção colherá.

O amor será sempre aquele algo prodigioso que quanto mais consumido mais cresce.

Não se iluda, portanto:

Este Sol que esparrama claridade em sua vida, foi obra deste Deus que brilha em você, porém jamais a confunda como obra sua.

Ninguém se engane pela conversa daquele galo que lembramos na abertura da nossa palestra.

Pelo fato de que o Sol nasce pela manhã, e ele também cantava pela manhã, concluiu que o Sol era fruto do seu canto.

Na Bíblia, encontramos, também, raciocínios deste tipo.

O Evangelista Lucas nos fala da volta daqueles Setenta Discípulos que Jesus acrescentou no rol dos seus servidores.

Lucas nos informa que eles retornaram "dominados por enorme alegria".

Isto mostra que aqueles homens voltavam da primeira jornada caminhando nas nuvens, vaidosos do poder que saía de suas mãos.

"Senhor" - gritaram eles - "os demônios se nos submetem (...)"

Lucas, 10 v 17.

Eles sorriam de orelha a orelha, de tão eufóricos que estavam com o êxito da jornada vitoriosa.

Aqueles espíritos de pessoas rancorosas, que desencarnaram vingativos e perturbadores, deixavam as vítimas ao comando deles. .

O exorcismo funcionava de imediato.

Bastava lembrar aos demônios a condição de emissários de Jesus, e eles fugiam.

As entrelinhas nos informam que o Nazareno percebeu uma exagerada euforia, como se aquele poder lhes pertencesse.

Vocês sabem qual foi a resposta do Nosso Rabi?

Ele apenas citou o caso de Adão e Eva (raça adâmica) ,caindo do Céu, na direção do planeta Terra.

Aquele casal havia se servido do fruto do "conhecimento do bem e do mal", isto é de toda a ciência, antes de aprender a ser humilde.

Por isso, a raça adâmica foi expulsa, descendo como "relâmpago" na opinião de Jesus..

O texto diz:

"Eu vi Satanás caindo do Céu como um relâmpago".

Lucas, 10 v 18. Palavras de Jesus.

E o Zé Mané já se aproxima, com centenas de recriminações bailando na sua mente, com pressa de sobressair e me vencer.

Ele diz:

Leia com mais atenção, Getúlio, e você encontrará "Eu vi Satanás caindo do Céu". O Evangelho não se refere a Adão e Eva, Getúlio.

E nós respondemos com outro texto:

- "Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Vá de retro, Satanás".

Mateus, 16 v 33. Palavras de Jesus.

Lá, Jesus falava da raça adâmica; aqui Jesus fala de Pedro. Nas duas ocasiões é o mesmo Satanás.

Em toda parte onde existir desobediência, os seres humanos se chocam com o Espírito Divino e personificam Satanás.

Em todos estes casos o ser humano se confunde com Satanás.

Este Zé Mané, todavia, não se emenda. Ele continua procurando chifres em cabeças de cavalo:

- Getúlio, mas por que Jesus usou esta imagem, diante dos Setenta Discípulos? Por quê?

Meu caro Zé, Jesus usou esta imagem porque aqueles setentas estavam cantando aleluias com clara tendência para mergulhar no orgulho como os adâmicos.

A síndrome do Galo de Rostand estava empolgando os Setenta Discípulos, desprevenidos diante das ciladas da soberba.

Eles já estavam se julgando proprietários do carisma de expulsar demônios.

O Nosso Rabi foi obrigado a quebrar as esporas daqueles galos pretensiosos.

Excessos de Aleluias podem ser amostras da presença do orgulho que contamina o coração e arrasta os espíritos para planetas inferiores.

Oxalá estes pensamentos não nos dominem e possamos vencer as tentações com a proteção Divina.

Louvado seja Deus.




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