Amanhã o Sol Renascerá

Data: segunda-feira, 22 de setembro de 2014

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"Coração esperançoso faz bem como remédio"

Provérbios, 17 v 22.

A própria Bíblia compara e remata o conceito, dizendo:

- "Mas o espírito abatido faz secar os ossos".

A velha sabedoria da Bíblia, que andava meio esquecida, está retornando, com carga total, trazida pela medicina.

A nossa resistência aos vírus e bactérias será maior, quando a esperança mora em nossos corações.

A esperança não permitirá que a mente seja invadida por pensamentos negativos.

O espírito, empolgado diante de boas expectativas, espalha remédio por todo corpo, produzindo boa disposição.

Aquele que mantém compromisso com expectativa gratificante nunca desanima.

Quando se recolhe para o repouso da noite, este sábio vivente agradece o Sol que retornará no dia seguinte.

Esta é atitude natural e espontânea de criaturas evoluídas.

Martinho Lutero já dizia:

"Tudo o que foi feito, neste mundo, é fruto da esperança".

Tinha razão o comandante da Reforma:

A esperança é o mecanismo que mantém a raça humana viva, sonhando, planejando e construindo.

Disse um pensador ilustre do século passado:

"A esperança não é antônimo de realismo. É antônimo, isto sim, de cinismo e desânimo".

Os nossos antepassados acreditavam numa solução, mesmo quando não havia solução visível.

Apostavam na edificação de obras quando não havia com que construí-las: O que parecia impossível era concretizado pela força do sonho.

A esperança e a fé são como as duas asas do pássaro.

Faltando uma delas ele não consegue voar.

O pássaro fica no chão, encolhido e maldizendo a privação da liberdade.

Os discípulos de Jesus, certa vez, viram-se humilhados, em público, porque não conseguiram expulsar um espírito maligno.

Eles perguntaram ao Mestre:

- "Por que não conseguimos expulsá-lo?"

Jesus encarou aqueles meninos crescidos, preocupado com o futuro deles, e disse:

"Isto aconteceu pela pequenez da vossa fé. Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui p'ra acolá, e ele vos obedecerá. Nada vos será impossível".

Mateus, 17 vv 19 e 20.

O que possuí fé não se atemoriza pela aparência do gigante.

A fé não vacila porque aposta no resultado com absoluta certeza.

A esperança tem o mapa da mina traçado com todos os detalhes.

Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, em 1945, uma curiosa pesquisa foi realizada entre os prisioneiros de guerra.

E apareceu resultado surpreendente:

Aqueles que apostavam em que voltariam aos lares, pensando em termos de futuro, conservaram saúde melhor do que os outros.

Ao contrário, os prisioneiros que duvidavam da liberdade se encontravam detonados, sem ânimo e vontade de viver.

A doença do desespero se espalhara por todas as fibras de suas almas.

O psiquiatra Flanders Dunbar registrou o caso de dois pacientes com iguais complicações cardiovasculares.

O médico que os tratava pediu atendimento psiquiátrico.

O Dr. Flanders, que se interessava pelo aspecto psicossomático das enfermidades, enxergou naqueles dois uma oportunidade de pesquisa.

Um dos pacientes era fechado e ranzinza.

Não gostava de conversa.

Vivia recolhido ao seu mundo particular e que se danasse o resto.

O médico insistiu em reanimá-lo, mas não obteve resultado.

O máximo que o Dr. Flanders conseguiu foi uma observação dele, chamando-lhe atenção de que - como médico - era responsável pela sua cura.

- Estou em suas mãos, doutor. Eu nada tenho para ajudar no seu trabalho. Não conte comigo.

O segundo paciente, ao contrário, foi logo dizendo:

- Tenho certeza que o senhor vai prescrever o remédio adequado ao meu problema, doutor. Independente disto, porém, eu quero lhe garantir que farei tudo para colaborar no tratamento.

Este apostava todas as fichas na sobrevivência.

O outro se entregava nas mãos do médico, mais como justificativa perante a consciência do que por amor à vida.

A desesperança detonara sua vontade de viver.

Nem precisaríamos contar o final da história:

- Este último morreu na semana seguinte, por falência múltipla dos órgãos.

Quando a pessoa entra na fase depressiva do desespero, o menor acidente se torna barreira intransponível.

- Será inútil reagir, dizem elas. Não se pode fazer nada, quando temos um gigante em nossa frente.

Provar que o gigante é imaginário constituirá missão quase impossível para sacerdote ou médico.

O doente enxerga o mundo inteiro como perseguidor implacável.

Semelhante a Dom Quixote, ele toma posição e avança contra moinhos de vento, distribuindo golpes pra direita e pra esquerda.

Na mente desesperançada de Dom Quixote, moinhos de vento eram adversários invencíveis.

Seria preciso vencê-los, nem que fosse necessário sacrificar as joias da coroa.

Um poeta anônimo definiu esta predisposição como a pior enfermidade do mundo, pela castração da capacidade de ser gentil.

A criatura petrificada na desesperança só enxerga adversários.

Quando cessa o nobre carisma de enxergar bondade nos outros, o ser humano fica parecendo um automóvel em ponto morto.

Ele só desce.

Nunca sobe.

Perde a força do motor.

Perde o torque.

Quando morre a esperança, imediatamente falecem os nobres sentimentos e a compaixão.

O vivente se torna infeliz e fica ciumento da felicidade dos outros.

Um círculo vicioso vai se estabelecendo, implacável, com todas as consequências.

Primeiro o pessimismo, depois a indolência, em seguida a inveja, mais tarde o total desprezo pela vida.

O carro em ponto morto vai descendo a ladeira, em velocidade cada vez maior.

Corra para fora da sua trajetória, quem estiver transitando naquela estrada, para não se tornar vítima.

- O freio daquele automóvel não está funcionando. A marcha forte não entra.

Quando alguém atinge tamanho estágio de desiquilíbrio, será imperioso um choque forte.

É aconselhável enérgica intervenção.

Somente alguém que cultive a esperança poderá ser arrimo de quem atingiu a este ponto morto.

Este que cultiva otimismo diante das dificuldades, jamais enxergará as demais pessoas pela aparência.

Ele os vê como irmãos e sabe avaliar o seu despreparo e as suas carências.

Diógenes Fagundes da Silva era casado com Elvira e viveram os dois primeiros anos de união com relativa tranquilidade.

No terceiro ano, porém, houve uma violenta modificação na vida do casal.

Elvira se tornou alcoólatra.

Quando chegava do trabalho, Diógenes sempre encontrava a mulher deitada numa cama suja, completamente embriagada.

Ela dava vexames atrás de vexames, mas o marido jamais perdeu a esperança.

Continuava insistindo, aguardando o retorno do bom senso.

Uma noite, na presença de amigos, ela extrapolou.

Agrediu Diógenes verbalmente com palavras de baixo calão, fazendo questão de humilhá-lo diante dos companheiros de trabalho.

- Você não é homem de verdade, rematou Elvira.

Logo em seguida, a mulher, desvairada pela ação do álcool, se entregou a um choro convulsivo.

- Por que você não me deixa? Gritava, repetindo a interrogação muitas vezes.

- Por que você não me deixa? Por que você não me deixa?

Ele então declarou, na presença dos amigos:

- Eu não deixo você porque ainda lembro a mulher gentil e interessante por quem me apaixonei. Se uma alma com tanta beleza e bondade vivia em você, eu continuo tendo esperança de que ela retorne.

Estas palavras, e tudo o que elas representavam no conjunto de suas vidas, representaram o choque da redenção.

Aquele choque de que eu falei agorinha mesmo.

A mulher chorou convulsivamente nos braços do marido, envergonhada e confusa.

Tempos depois, incentivada pelo desvelo e paciência do companheiro, Elvira se recuperou por completo.

A esperança de Diógenes se fez presente, com tamanha força, que a companheira retornou feliz, aos seus braços.

Sorte nossa, meus amigos, quando não abandonamos a esperança nos momentos difíceis.

Assim como as flores silvestres brotam e o Sol renasce, a esperança deve ser cultivada sem esmorecimentos.

Sempre gozaremos o prêmio de uma resposta Divina, quando envolvermos nossas orações com os eflúvios da confiança.

Ramakrishna nos conta que existe em Bombaim uma alameda de mão única, com placa apontando seu nome - Rua da Esperança.

Ao lado, outra placa diz: Rua sem saída.

A lição é clara: Não existe necessidade de seguir em frente.

"Quem espera sempre alcança" é o dito popular.

Aquela rua sem saída ensina: Ou temos esperança ou não temos esperança.

- Seguir adiante por quê? O certo é esperar com fé.

Quando suplico algo, eu preciso e devo acreditar que os meus desejos serão provisionados, tarde ou cedo.

- "Pedi e recebereis," foi a ordem do Nosso Rabi.

Para tanto bastará que tenhamos a fé do tamanho de um grão de mostarda.

Não existem alternativas.

Um dos grandes romances que eu já li, focalizava, com litúrgica insistência, duas coisas indispensáveis, na vida:

- Ter fé e esperar.

O escritor teve a sensibilidade de colocar na boca de um dos seus personagens este sábio preceito.

Realmente, se não praticamos estes dois exercícios será muito difícil prosseguir.

Será preciso fé para acreditar que nossa proposta é justa e bastante paciência para executar com zelo, no tempo certo, as nossas tarefas.

Toda plantação está sujeita a um ciclo para que amadureça.

Ninguém colhe uvas verdes.

A assinatura da esperança parece escrita na terra, no mar e em nossos relicários secretos, porque ela é companheira do nosso cotidiano.

As células se dividem, as flores crescem, as árvores dão frutos, os animais dão crias - tudo numa espécie de orquestração e esperança no futuro.

Porque amanhã será outro dia.

O Universo criado por Deus é dinâmico, voltado invariavelmente para o que vai acontecer.

O Universo é um organismo em expectativa, com as orelhas em pé, sempre alerta.

O Universo avança inexoravelmente.

Nunca retrocede e jamais se encolhe.

Está em nós acordarmos melhor, todas as manhãs, nem que seja um pouquinho melhor.

Se vibrarmos para que assim seja, assim será.

Melhores na saúde do corpo e do espírito.

Melhores no convívio fraterno.

Melhores na inteligência e na compreensão da vida.

Inteiramente seguros na esperança de que seremos alcançados por coisas cada vez mais satisfatórias.

Embora a esperança pareça algo tão natural e compatível com o ser humano, será preciso admitir a possibilidade de perdê-la.

Como acontece muitas vezes conosco, ela pode se entediar das coisas repetidas.

A esperança pode ficar cansada de nós.

E aqui formulamos uma pergunta:

- Será possível recuperarmos a esperança outra vez?

O jardineiro experimentado vai responder que sim, baseado na sua profissão.

Ele sabe que outras rosas brotarão, quando aquelas murcharem.

Prateleiras vazias, estoque novo chegará amanhã ao romper de um novo dia.

- Eu já vivi períodos de seca, diz agricultor. E reconheço que os depósitos vazios são os maiores predadores das nossas esperanças.

Será conveniente admitirmos tal realidade, infelizmente, porque faz parte da vida: Isto acontece.

Existem épocas em que se torna difícil acreditar no futuro.

Coragem e confiança nos abandonam.

A inadimplência abala o crédito e a própria retidão de caráter fica ameaçada pelo clima implacável.

Quando isto acontece, a estratégia tem que mudar completamente.

Assim como os alcoólatras fazem esforço insuportável para permanecer sóbrios, as vítimas da secura precisam resistir.

Enquanto a coragem e a confiança não voltam, serão benéficas as pequenas tréguas que os Céus nos concedem.

Como dizem os franceses, cultive "le petit bonheur" que significa "a pequena felicidade", e siga com paciência.

Ao invés de se entregar a pensamentos depressivos de preferência devemos imaginar quadra de abundância.

Anseie pelo próximo instante de beleza em sua vida.

Vibre com refeição saudável, livro edificante e uma prece de gratidão pela esperança do Sol que vai brilhar.

Não poupe o seu lado sonhador, mergulhando de corpo e alma nas águas claras de bons presságios.

Repita que você é um Filho de Deus e merece o retorno da ventura e da prosperidade.

Siga firmando raízes no presente, para que o futuro possa alcançá-lo, com toda a força da graça.

Amanhã o Sol nascerá outra vez.

Não pratique a inatividade que enfraquece.

Fazer alguma coisa será sempre melhor para os momentos maus.

Este é conselho salutar, para todas as criaturas aflitas: Ocupar as mãos e a mente descarrega tensões.

Manter-se ativo liberta do ponto morto, e nos ajuda seguir ladeira acima, com maior coragem.

"O único pecado verdadeiro", diz o filósofo, "é o pecado de não lutar, de não sacudir a própria natureza e seguir em frente".

O grande mal será a covarde rendição.

Quem nada espera não apreciará devidamente o retorno da bênção.

- Opa, diz o Joãozinho: Alguém está chegando, irritado, de mau humor, trazendo lama para dentro da sala.

Realmente, uma figura negativa entra em cena.

Este alguém se encontra em colisão com o resto do mundo, exibindo braços fortes e gestos desordenados.

- Eu faço acontecer, diz o sujeito, batendo na mesa. Eu não preciso acalentar esta coisa boba chamada esperança. Isto é desculpa para disfarçar a fraqueza de sonhadores. Eu construo meu próprio destino pela força. Eu nunca procurei outra fonte de poder se não eu mesmo.

Finalmente, alguém crava os pés no pedaço, e nos encara do alto dos seus dois metros de altura.

Se concordássemos como meritória a morte de Golias, usaríamos este argumento para confrontar o visitante.

Neste caso, nós diríamos a ele:

- Nunca esqueça que tamanho não é documento, meu caro. E poderíamos até relembrar que o pequeno Davi matou Golias.

Usaríamos este argumento se não fôssemos visceralmente contrários até a simples divulgação do episódio.

Nossa pregação jamais servirá para incentivar a violência.

Até mesmo para defender tese esta valorização do crime não nos serve.

Preferimos advertir este Golias moderno de que um gigante sem proteção Divina tem vida curta.

Para exemplificar, lembramos a figura de Sansão que venceu leão furioso com apenas um golpe.

Diz a Bíblia que ele "rasgou o leão como se fosse um cabrito, sem ter nada nas mãos".

Juízes, 14 v 6.

Enquanto Sansão esperou em Deus, ninguém conseguiu vencê-lo.

Somente quando Sansão substituiu Deus pela paixão de Dalila, foi possível a vitória dos seus adversários.

Esta é a grande verdade: Sem Deus, o forte se torna fraco.

Pouco adianta força física, se não estivermos alicerçados na rocha do Espírito.

Da mesma forma que podemos perder porção de coisas vigor físico também desmorona sem a Força do Alto.

O gigante se transforma em pigmeu.

Escravo dos filisteus, exaurido de forças e sem a luz dos olhos, Sansão deixou que se revelasse a fonte de sua força.

Esta indiscrição lhe custou a vida.

Ele perdeu abençoada chance de servir ao Senhor.

Sansão, nesta altura, não tinha mais o que fazer.

Seus cabelos espalhados pelo chão revelavam desobediência.

A tesoura do adversário cortara sua missão, juntamente com os cabelos.

Um anjo dissera à sua mãe:

- "(...) Este menino será consagrado a Deus, desde o ventre materno até o dia da sua morte".

Juizes, 13 v 7.

Eu resolvi descrever a saga de Sansão, como advertência para este homem provocante que se acredita invencível.

Pare um pouco e raciocine caríssimo:

Quem se julga invencível cai do cavalo.

Veja que Sansão nasceu marcado para realizar tarefa especial.

Ele nasceu para ser poderoso gigante.

Foi um ser humano com todas as energias e músculos no lugar.

Esqueceu a missão que o Altíssimo colocou em seus ombros, porém, e terminou cometendo suicídio acrescido de vingança igualmente condenável.

É bom que você conheça isto, caríssimo gigante:

- Se não aprendermos a ter esperança em Deus, tudo será falho.

O tigre não passará de bichano.

Com Deus, porém, o gato se transformará em tigre.

Tudo será uma questão de acreditar que aquilo em que estamos empenhados vai acontecer, e acontecerá.

O escritor Damon Runyon escreveu que "a vida é uma aposta em que as nossas chances são de cinco contra seis".

Se nos mantivermos positivos e confiantes na providência Divina, o resultado terminará a nosso favor.

Vejam vocês que a vida tem sido uma luta...

- Da luz contra as trevas,

- Da alegria contra o desespero,

- Da boa disposição contra o desânimo.

O ser humano continua malhando incessantemente sobre a bigorna das imperfeições, e será melhor que ele nunca desista.

O nosso Cristo Interno desenvolve mil subterfúgios para conservar nossa esperança.

Mesmo o chamado ímpio vive inquieto, com a consciência gritando, insatisfeita com suas fraquezas.

O Evangelho registra um exemplo clássico: O publicano Zaqueu.

Ele se escondeu no alto de um sicômoro, para enxergar Jesus de perto.

Ao passar por baixo da árvore, o Nazareno ergueu os olhos e lhe disse:

"Desce, Zaqueu, pois hoje me hospedarei em sua casa".

Lucas, 19 v 5.

Todo o mundo ficou escandalizado: Zaqueu era desonesto e não merecia que Jesus o visitasse.

Esta passagem é prova de que estamos na mira do Cristo, embora imperfeitos e pecadores.

Vale a pena conservar a esperança!

Não adianta nos escondermos na folhagem espessa, como fez Zaqueu.

Jesus nos enxerga, e de repente o milagre acontece.

Somos parecidos com aquele boneco que teimosamente está sempre ereto: Podem forçá-lo na posição horizontal!

Cessada a pressão, imediatamente ele volta a ficar de pé. Qual será a razão de tamanha teimosia?

No boneco é a forma com que foi fabricado, para viver no prumo, numa estreita ligação com as leis físicas.

No ser humano, a razão se encontra na presença poderosa de nosso Cristo Interno.

Somos novas pessoas todas as manhãs, porque de alguma forma brotamos das trevas dos sonhos com esperança renovada.

Lembro-me de alguém bastante atormentado, que foi vítima de uma sequência de problemas, todos ao mesmo tempo.

A mulher fugiu com o vizinho.

O filho se internou no reformatório para drogados.

Ele próprio se acidentou na máquina onde trabalhava.

Para complicar, sua casa foi destruída por incêndio.

Tudo isto, aquele homem reviveu, sem sono, durante as horas daquela madrugada interminável.

Sua luta interior foi demasiado intensa, e ele foi quase esmagado pelo desânimo.

Como o patriarca Jó, em pouco tempo, ele viu desabarem seus afetos e o seu patrimônio.

De manhã, porém, quando um amigo foi visitá-lo, na casa hospitalar, Euclides Vidigal percebeu raio de sol brincando na vidraça...

Lembrou, com alegria inexplicável, que o Sol renascera.

E a grande transformação ocorreu!

Duas coisas boas, ao mesmo tempo, revelam ótimos augúrios, pensou Euclides, e o sorriso que se escondera reapareceu.

- Que lindo dia, disse ele para o visitante incapaz de entender a boa disposição do pobre homem.

Antes que o recém-chegado se recuperasse da surpresa, ele disse:

- Na próxima semana, começarei a reconstrução da minha casa, com a graça do Pai Celestial.

E a palavra profética se cumpriu. E assim aconteceu.

Algum tempo depois, Euclides Vidigal recuperou tudo, acrescido de juros e correção monetária.

Louvado seja Deus.



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