Chave para Múltiplas Portas

Data: segunda-feira, 17 de novembro de 2014

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No livro Êxodo nós encontramos palavras muito estranhas.

"Porque Eu sou o Senhor Teu Deus, (...), que castiga a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração, daqueles que me aborrecem".

Êxodo 20, v 5.

- Como poderá alguém ser punido pelo pecado de outro? Mesmo que seja meu pai, considero injusto alguém pagar dívida alheia.

Um gaiato abre o bico e me aponta com semblante feroz:

- Foi o próprio Deus quem pronunciou estas palavras. Quem é você, Getúlio, para questioná-las?

Respeito crítica, mas não estou disposto a engolir decreto incompatível com a Justiça do próprio Deus.

- Na verdade, o que eu desejo é uma interpretação coerente.

Revestido da "letra mortífera" o decreto é inaceitável.

Algo nas profundezas do pensamento Divino precisa ser explicado, para que possamos aceitá-lo de coração aberto.

Teremos que examinar a Bíblia com redobrada atenção.

No livro de Ezequiel, por exemplo, encontramos algo que contradiz esta afirmação de Êxodo:

"O filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai a iniquidade do filho. A justiça do justo será sobre ele. A impiedade do ímpio cairá sobre sua cabeça".

Ezequiel, 18 v 20.

Exercendo a mediunidade como profeta de Jeová, Ezequiel nos informa que o "filho não levará iniquidade do pai nem o pai iniquidade do filho".

Cada um receberá segundo suas obras, na profecia de Ezequiel.

O contrário acontecerá se preferirmos o livro Êxodo.

Moisés fala do filho resgatando o pecado do pai.

Ezequiel diz que filho nada tem com os erros do progenitor.

A partida está empatada em zero a zero.

Deste lado Moisés: doutro lado Ezequiel.

Seria melhor usarmos a palavra empacada, ao invés de empatada: Vocês não acham?

Há uma contradição flagrante entre Moisés e Ezequiel.

Um deles coloca o filho como caixa de pancada dos erros paternos.

O outro não aceita injustiça, devolvendo responsabilidade pessoal ao verdadeiro praticante do pecado.

O fato é que nos encontramos diante de contradição.

Em última análise, nós ficamos num beco sem saída.

No tempo de Jesus, esta controvérsia já existia.

Encontrando cego de nascença, os discípulos perguntaram ao Mestre:

- Terá sido este homem que pecou ou foram seus pais, para que ele nascesse cego?

João, 9 v 2.

Isto revela que a responsabilidade dos filhos pelo pecado dos pais se encontrava na cultura dos judeus.

Eles seguiam a definição de Moisés, pela letra, esquecendo que o profeta Ezequiel apontara algo diferente.

Por isso a consulta dos apóstolos de Jesus.

E neste ponto deparamos verdadeira bomba: Os dois escritores da Bíblia estão certos.

Moisés e Ezequiel definiram a mesma verdade, usando palavras diferentes.

As entrelinhas desfazem a contradição.

Bastará analisarmos a Bíblia sem algemas.

Bastará acrescentarmos ingrediente misterioso e conheceremos a chave que abre múltiplas portas.

Todos levantam as pestanas, indagando com certa desconfiança:

- Qual será o elemento esclarecedor do imbróglio?

Uma pista valiosa nós encontramos no livro de Jeremias:

"Naqueles dias", afirma o Profeta, "ninguém mais dirá: os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram. Cada um morrerá pela sua própria iniquidade".

Jeremias, 31, vv 29 e 30.

As palavras chaves, portanto, são estas: "Naqueles dias".

Percebam que o Profeta aponta ocorrência no futuro: "Naqueles dias".

A palavra de Deus promete ingrediente esclarecedor do mistério, para algum tempo depois.

Este ingrediente misterioso surgiria com aplicação da Reencarnação no centro do debate.

Ela é chave para mais esta porta da Bíblia.

Jeová castigava a iniquidade dos pais nos filhos, porque os espíritos dos pais retornariam nos corpos de seus descendentes.

O pai de hoje possivelmente reencarnará no corpo do seu bisneto.

A injustiça aparente de êxodo se desfaz com esta mágica.

E o que era "pai" agora "descendente" colhe o fruto que ele mesmo plantou em vida passada.

No retorno à vida é o próprio espírito que comete pecado quem recebe o corretivo, reencarnado como neto ou bisneto.

Ezequiel e Moisés, portanto, já podem fumar o cachimbo da paz.

Os dois se encontram na mesma trilha, contando a verdade com palavras diferentes.

A contradição só existe até o momento em que nós aplicamos a fórmula mágica da reencarnação.

Sem reencarnação, também neste texto, as Escrituras se tornariam contraditórias.

Seria impossível interpretá-las de maneira coerente.

Sem reencarnação, Moisés e Ezequiel expressariam doutrinas antagônicas.

Aliás, não estamos diante de algo inédito.

A reencarnação tem sido chave para entendermos muitos "mistérios".

"Em verdade vos digo: não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam".

Palavras de Jesus em Mateus, 24, v 34.

Este comentário profético de Jesus não poderá ser explicado fora da Reencarnação.

Como poderia Jesus prometer o fim do ciclo ainda na sua geração?

Vejam que o Mestre se referiu à grande tribulação dos tempos finais.

Sem reencarnação as palavras do Mestre soariam falsas.

Afinal, quantas gerações já passaram e ainda não ocorreu o Juízo Final.

Agora, com reencarnação tudo fica perfeitamente claro.

Muitos que vivem agora foram testemunhas oculares do Gólgota.

A geração de Jesus já morreu e renasceu inúmeras vezes.

Hoje bisavô, mais tarde bisneto, a roda incessante das vidas não pára.

As famílias e as pessoas vão apenas mudando de rostos.

Muitos que pediram a crucificação, em altos brados, encontram-se aqui.

A mesma multidão está prisioneira na corrente do pecado.

A sequência das nossas vidas tem sido inexorável.

Ninguém imagine que os chamados mortos estão dormindo na sepultura, esperando julgamento.

Isto é coisa de Salomão.

Nada tem a ver com Jesus.

O Mestre disse: "Deus não é Deus de mortos".

Se Jeová era Deus de Abraão, Isaque e Jacó, como diz a Bíblia, e os seus corpos jaziam no sepulcro, concluímos que todos eles continuavam vivos.

Por que "Deus não é Deus de mortos" pelo decreto de Jesus.

Todos os que estiveram na esplanada do Gólgota se encontram vivos, hoje, estejam reencarnados ou não.

Portanto, o Mestre disse a verdade quando afirmou que aquela geração assistiria viva o seu retorno como Juiz.

E Ele disse, também:

"Em verdade vos digo: não sairás dali, enquanto não pagares o último vintém".

Mateus, 5 v 26.

As palavras de Jesus sempre foram claras para bom entendedor.

A roda continuará girando até pagarmos, individualmente, os nossos pecados: Não sairás dali!

Solidária no pecado, a mesma geração de dois mil anos atrás continuará reunida até o Juízo Final.

Sem reencarnação não adiantará quebrarmos a cabeça.

Ninguém conseguirá interpretar Bíblia.

Foi diante das dificuldades, que os teólogos inventaram a famigerada doutrina do pecado original.

E até hoje eles estão perdidos diante das contradições.

Os pecados dos pais lançados a débito dos filhos deixaram de ser exclusividade.

Para aumentar as contradições, inventaram que somos réus da desobediência de Adão e Eva.

O livro de Jó é evocado para fundamentar esta teoria.

É mais um retalho que se pretende costurar no pano envelhecido da Teologia da Idade Média.

"Quem pode fazer puro, ao que foi concebido de imunda semente?"

Jó, 14 v 4.

A versão dos Setenta traduz ligeiramente diferente:

"Quem há que seja isento de mácula?" Pergunta Jó, e ele mesmo responde: "Ninguém, ainda mesmo uma criança de um dia".

Jó, 14 v 4.

Se vivêssemos apenas uma vez, eu consideraria esta doutrina uma excrescência.

Carregar a culpa do meu pai carnal já é dose para elefante.

Colocar em cima do fardo mais a culpa de Adão e Eva, porém, é de explodir a boca do balão.

É abusar da paciência do ser humano e não se encaixa ao Espírito da Bíblia.

"O filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai a iniquidade do filho".

Ezequiel, 18 v 20.

Se a Bíblia diz que não seremos responsáveis pela iniquidade de nossos pais, é absurdo ficarmos atrelados ao casal do Éden?

Eles desobedeceram? O problema não é nosso!

Cada um de nós é responsável pelo que pratica.

Diz o Espírito no Apocalipse:

"(...) comigo está o galardão para retribuir cada um segundo suas obras".

Apocalipse, 22 v 12.

Todo este imbróglio só se torna coerente admitindo-se Reencarnação.

Criança de um dia carrega carma de séculos e milênios.

Se tivesse vivido apenas um dia seria inculpável.

No seu embornal nada existe de transgressões de seus pais, muito menos de Adão e Eva.

Esta geração adâmica da qual a maioria de nós foi gerada ainda se encontra em processo de plantio para futura colheita.

O fato das suas obras ainda apresentarem saldo negativo explica a permanência dela até o Juízo Final.

Só a Reencarnação oferece este esclarecimento coerente.

Sem ela resta este mostrengo chamado Inferno Eterno, que os teólogos teimam atribuir ao Deus de Amor.

Retornemos as palavras do patriarca Jó:

"Quem há que seja isento de mácula? Ninguém, ainda mesmo uma criança de um dia".

Jó, 14 v 4.

Se não houvesse reencarnação haveria doutrina mais injusta do que esta?

A resposta só pode ser negativa.

Imputar pecado a uma criança que acabou de nascer só é possível depois de admitirmos experiências anteriores.

Só quem já viveu anteriormente pode renascer culpado.

A reencarnação nos permite entender que uma criança de um dia poderá ter pecados de outras vidas.

Aquela criança faz parte da geração culpada, que continuará no planeta até a volta de Jesus.

Grande parte dos chamados mistérios da Bíblia se esclarecem pela Reencarnação.

Ela é chave pra múltiplas portas.

Esquecendo esta teoria esdrúxula do pecado original, e aceitando múltiplas vidas na carne, a Justiça Divina resplandece.

A impunidade não existe.

Com reencarnação nós voltamos a crer num Deus justo, justo e misericordioso, porque renova oportunidades de salvação.

"Perdoai setenta vezes sete", ensinou Jesus, para criaturas frágeis.

Como pode o Deus de Jesus agir de forma diferente?

Lançar no Inferno por todos os séculos e milênios não será incompatível com a misericórdia de Deus?

Lembremos que o Mestre chamava Deus de Pai.

Um Pai só pode querer o melhor para sua prole.

"(...) qual de vocês dará pedra ao filho que pede pão? Ou se eles pedirem peixe lhes dará um escorpião". Mateus, 7 vv 9 e 10.

Não existe a menor lógica que justifique sadismo em Deus quando decreta eternidade de penas.

A propósito, no livro de Jeremias, nós encontramos mais uma prova de que vivemos anteriormente.

"A mim me veio palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre materno te conheci, e antes que saísses de tua madre, te consagrei e te constituí profeta".

Jeremias, 1 vv 4 e 5.

O corpo de Jeremias fora modelado por Deus, no momento da concepção.

O espírito de Jeremias, porém, já vivenciara outras experiências.

Percebam que Deus afirma:

"Antes que te formasse no ventre materno te conheci (...)".

Independente do corpo de Jeremias, Deus conhecera o mesmo Jeremias de outra forma.

Algo acontecera antes da concepção.

Este algo forneceu a medida de seu caráter e ele foi nomeado profeta antes do nascimento do seu corpo físico.

Suas obras anteriores àquela existência agradaram a Deus.

Adotando a chave mágica da reencarnação, as portas se abrem.

Se a vida fosse única, Deus não teria condições de avaliar a têmpera de Jeremias, antes de projetar seu novo corpo?

Se ele já oferecera provas de caráter, isto mostra vida anterior.

Estas palavras "antes (...) do ventre (...) te conheci", portanto, seriam inadmissíveis se a vida fosse uma só.

Admitindo outras vidas o texto se torna coerente.

Jeremias vivera, em outros corpos, e Deus o avaliara.

Jeremias fora consagrado profeta porque mostrara capacidade.

Uma criança de um dia pode ser mais velha que o seu bisavô.

Uma criança de um dia pode ter experiência de milênios.

Uma criança de um dia pode carregar sementes revolucionárias capazes de abalar o mundo.

Deus acompanha cada uma das suas criaturas.

Ele sabe até que ponto pode confiar em cada um de nós, porque já testou pontos fracos e fortes pela enésima vez.

Nesta altura, alguém poderá dizer que Jeremias foi santificado.

Deus o teria libertado do pecado original.

Por favor, meus amigos, não vamos tornar a emenda pior do que o soneto.

Um dos atributos de Deus é o Espírito de justiça.

Não vamos denegrir a Divindade, principalmente neste aspecto tão importante do seu relacionamento conosco.

Lembremos palavras do apóstolo Paulo:

"...porque Deus não faz acepção de pessoas..."

Colossenses, 3 v 25.

Concordamos com o apóstolo Paulo, em gênero, número e grau.

Deus não pode discriminar: Ele é justo.

Se não fosse justo não seria Deus.

Imaginem corrida entre diversos atletas.

Minutos antes da largada, o diretor da corrida apareceria emitindo ordens:

- Você correrá carregando um saco de batatas.

- Fulano, tire o tênis e calce tamanco.

- Beltrano, você terá que amarrar uma bola de ferro no joelho.

É claro que os prejudicados protestariam.

Para favorecer alguns o regulamento fora modificado.

Esta competição seria injusta.

Injusto seria Deus se usasse "dois pesos e duas medidas".

O tratamento do Altíssimo necessariamente precisa ser igual para todos.

Ele não seria justo se privilegiasse o profeta Jeremias.

Deus não pode proteger alguns em detrimento de outros.

Quando nossos espíritos foram criados, éramos semelhantes a um papel em branco.

Ninguém maior. Ninguém menor. Todos igualmente filhos.

Ao longo de múltiplas vidas, os atos praticados desenharam histórias neste papel em branco.

Quando abusamos do nosso livre arbítrio, e atravessamos o sinal vermelho, um borrão escuro aparece no papel.

- Anjos ou demônios? A escolha é nossa.

Todos são livres para escolher os caminhos de ascensão ou de queda.

Não existem privilégios.

O livre arbítrio é uma lei que funciona.

Percebam amigos, o procedimento do pai do filho pródigo.

O moço encarou o "velho" sem rodeios:

Pediu a parte dos bens que lhes eram devidos por herança, com a maior cara de pau.

O pai não discutiu.

Entregou-lhe o que tinha direito.

O rapaz preparou as malas e foi embora.

Apesar de desgostoso, o pai não o deteve.

Embora tivesse forças para prendê-lo, Ele não usou sua força.

Respeitou a liberdade do filho.

Deus, nosso Criador, procede da mesma forma.

Ele respeita nossa independência e nos libera.

Como aquele pai da parábola, o Pai do Céu permanece no alto da torre, esperando por nós.

A esperança pela volta do filho nunca morre no coração do pai.

Violentá-lo, porém, é algo totalmente fora de cogitação.

O filho é único responsável.

Vejam que o Filho Pródigo constrói seu fracasso.

A ilusão o conduziu até a pocilga dos porcos, onde perdeu até o direito de se alimentar como ser humano.

Esta é consequência das transgressões, quando escolhemos atalhos perigosos.

Esta rebeldia, entretanto, nada tem a ver com Adão ou qualquer outra figura humana.

Esta rebeldia é coisa nossa nascida da nossa ignorância.

Esta rebeldia é o abuso do livre arbítrio.

Nesta altura do campeonato, alguém mais afoito poderá assumir a defesa do pecado original.

- Afinal, Getúlio, dirá o defensor do pecado original, o próprio apóstolo Paulo escreveu que Adão é responsável pelo pecado no mundo?

Diante desta afirmação você poderia explicar qual terá sido esta participação de Adão no imbróglio?

Entendi o propósito da interrogação e respondo:

O que está errado não é o que Paulo disse.

O erro é dos intérpretes.

Os espíritos da raça adâmica reencarnaram na Terra.

Percebam que a Bíblia mostra linha divisória entre adâmicos e terrenos.

O texto bíblico que revela esta distinção é o seguinte:

"Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si aquelas que mais lhes agradaram".

Gênesis, 6 v 2.

A separação entre estes dois grupos, portanto, se tornou algo tão visível, que eles próprios perceberam.

Eles não se enxergavam como iguais, porque não eram iguais.

Uns eram identificados pela sua origem cósmica: chegaram do céu.

Outros revelavam suas características humanas: eram descendentes do homem criado no sexto dia.

Usando termo bem popular, diríamos: A origem deles estava "na cara", no comportamento, na malícia.

A inteligência, a vivacidade, a desenvoltura e o egoísmo dos que desceram de Éden os identificavam.

Eles eram farinha de outro saco.

Afinal, eles chegaram de um planeta bem mais adiantado.

Casando com mulheres terrenas, era natural que a corrupção deles se espalhasse dentre os nativos inocentes.

Eles contaminaram os descendentes do homem do sexto dia, que habitava o planeta antes de Adão chegar.

Aquele povo pacato e sem malícia caiu na "lábia" dos adâmicos.

Os terráqueos não pecavam, porque eram demasiadamente inocentes.

E foi assim que o pecado foi implantado no planeta Terra.

O apóstolo Paulo acertou, portanto, quando disse que Adão espalhou o pecado no coração dos seres humanos.

Desta forma fica bem mais coerente.

Adão escancarou a porta do pecado, mas ninguém se obrigava a penetrar.

Todos se associaram na corrupção por vontade própria - os terráqueos descendentes do homem do sexto dia e os adâmicos oriundos de Éden.

Por que aconteceu isto?

A resposta é fácil:

O espírito nasce inocente das mãos de Deus.

Ele se corrompe, posteriormente, iludido pelos seus apetites.

Por último, como aconteceu com o filho pródigo, ele retorna ao seio do Pai, depois do fracasso de seus projetos.

Quando a raça adâmica semeou malícia entre os nativos da Terra, o planeta viu-se modificado.

Capitaneado por Adão, o novo projeto foi identificada pelo signo do egoísmo.

Interpretando a Bíblia desta forma, nós zeramos as divergências entre Moisés, Ezequiel e Jeremias.

Confirmamos a responsabilidade pessoal do pecador.

Pulverizamos o absurdo chamado pecado original, e afastamos a idéia de um Deus injusto.

Usando linguagem simbólica, diremos que o mato já estava crescido e seco.

Adão chegou e pôs fogo no mato.

Os primitivos habitantes da Terra, naquele momento, deixaram a infância e se tornaram adolescentes.

É natural que o conceito de transgressão tenha se modificado.

Adão despertou, nos terráqueos, o egoísmo que dormia neles.

A raça adâmica simplesmente abriu comportas e libertou as águas.

Os hormônios já estavam agindo naquela gente.

Aquela raça crescera e se tornara pecadora, porque o pecado é subproduto da ignorância.

É aquilo que Jesus disse:

- "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará".

O conhecimento que liberta chega pela experiência de inúmeras vidas.

Enquanto formos ignorantes, pagaremos o preço dos enganos.

Uma das grandes dificuldades entre nós e os teólogos é aquilo que podemos chamar de horizonte.

Nós não laboramos uma religião fechada em quatro paredes.

Nossa doutrina é cósmica, centrada no Universo e não no planeta Terra.

Nós acreditamos que não estamos sozinhos na comunidade das estrelas.

Este processo de crescimento, desenhado por nós, de ciclo em ciclo, de planeta em planeta, não é conveniente para quem aponta vida única.

Ninguém esqueça que estes "donos da verdade" perderam a batalha para Galileu Galilei.

A verdade que a Teologia pregava apontava a Terra como centro do sistema planetário.

Ainda hoje eles enxergam notícias de planetas habitados com pé atrás, porque continuam aferrados naquelas ideias antigas.

Como se todas as maravilhas do Universo servissem apenas para contemplação dos terráqueos.

Desprezam as leis do carma e usam a desobediência de Adão e Eva para explicar crianças mutiladas.

- São vítimas do pecado original, dizem eles.

Quem acredita em múltiplas vidas na carne conhece a razão do sofrimento, e agradece a misericórdia de Deus.

Na Casa do Nosso Pai Celestial ninguém paga conta alheia.

O pecado original nasceu de uma interpretação equivocada da Bíblia.

O Pai Celestial é justo e verdadeiro, e todos os pecadores terão renovadas oportunidades de resgate.

Como Jesus disse:

"Não sairás dali enquanto não pagares o derradeiro centavo".

Louvado seja Deus.













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