A Justiça Vencerá Naquele Dia

Data: sexta-feira, 12 de junho de 2015

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No livro "A Vida Escreve", Francisco Cândido Xavier conta estória de um rapaz que foi violentamente agredido.

- É um covarde! - disseram alguns, decepcionados de que a briga fora de pouca duração.

No fundo, o agredido realmente sentira medo.

Estava desarmado, e, prudentemente, saiu de cena.

Jurou, todavia, para si mesmo, que o agressor não ficaria impune.

No dia seguinte, se armou, e aguardava ocasião para acerto de contas.

Um amigo percebeu lhe a alma sombria, e depois de alguma insistência conseguiu arrastá-lo para reunião doutrinária.

Distraído, o rapaz nem prestou atenção aos conselhos edificantes.

Estava absorvido, inteiramente, na formatação do plano sinistro.

Os seus pensamentos estavam ocupados pela estratégia de como executar o adversário.

De repente, todavia, o doutrinador declarou algo que lhe chamou atenção.

O caso da agressão de que fora vítima surgiu de maneira bastante evidente na explanação do orador.

- Ideias de vingança nos tornam piores do que o próprio agressor, disse o palestrante da noite. Vale considerarmos que o malvado não dispôs de tempo para refletir. Isto é atenuante em favor dele. Quem busca vingança, todavia, está laborando com espaço dilatado. A culpa aumenta na proporção desta disponibilidade maior.

No meio da edificante prédica, o doutrinador salientava pontos importantes que calaram na mente confusa do prisioneiro do ódio.

A justiça verdadeira pertence a Deus.

Ninguém deve vingar-se por uma razão bastante simples: Todos sofrerão prejuízos.

Jamais alguém terá alcançado lucro acionando o círculo da desafronta violenta.

Na esteira desta roda sinistra só existe lugar para lamentações, sangue e lágrimas.

A vindita somente cessará de causar sofrimento no instante que alguém interrompa o caudal das represálias.

- Mesmo ferido, esquece o incidente, e vire a página, foram as últimas palavras do preletor, naquela reunião memorável.

As palavras inspiradas arrefeceram o desgosto e as ideias de vingança do rapaz.

Ele fez um teste para medir até onde se libertara do rancor e o teste reforçou seus propósitos de colocar pedra no assunto.

Sete vezes se encontrou "cara a cara" com o agressor, durante aquela semana.

No último encontro, ele alcançou certeza de que o rancor desaparecera.

Sem trocar única palavra, ele se reconciliara e se encontrava aliviado e tranquilo.

Chico Xavier narra que aquele moço retornava do trabalho, dias depois, quando teve que tirar o chapéu, em respeito a um cortejo fúnebre.

Com surpresa, ele soube que o corpo do seu agressor estava sendo levado para o cemitério.

Ele morrera, na véspera, picado por escorpião.

Então o moço refletiu que escapara por pouco de se tornar réu daquela justiça que jamais falha.

Contrito e apaziguado, fez uma prece pela alma do falecido.

Justiça feita com raiva não é justiça: é vingança.

Precisamos aceitar e por em prática esta verdade, para que se interrompam as correntes do ódio.

O mundo será outro, no momento em que vencermos o desejo insano de fazer justiça com as próprias mãos.

Precisamos aprender que somente Deus dispõe de balança justa e fiel para determinar o peso dos nossos atos.

Para o nosso bem, é importante esquecer o mal.

A doutrina do "dente por dente" perdeu validade, quando Jesus nasceu.

O cristianismo surgiu para destronar o preceito mosaico.

Se nós nos declaramos confiantes em Deus, da mesma forma teremos que acreditar na sua Justiça.

Quando alguém prejudica você, este alguém entra na "malha fina" e o seu perdão o deixará solitário com sua própria culpa.

Quem se aprofunda no estudo da Divindade sabe que a Justiça do Altíssimo não é cega nem tardia.

Todos os detalhes são criteriosamente considerados, antes da sentença.

As mais inconfessáveis intenções são analisadas.

Deus penetra o âmago dos mais secretos pensamentos.

Por isso a Justiça Divina nunca falha.

Certa vez, um jovem advogado chamado Mohandas Karanchand Gandhi procurou o Ministério da Justiça.

- Eu quero justiça em favor do meu cliente, bradou, sobraçando um calhamaço de papéis.

O serventuário sorridente apontou-lhe uma escola de teologia, dizendo-lhe com sarcasmo:

- Você bateu em porta errada; justiça você só encontrará naquele local.

Realmente, não será difícil constatar que a justiça dos homens se perde num emaranhado de interesses onde o melhor advogado vence.

As lendas dizem que um ricaço nos tempos do rei Davi instituiu estranha competição:

Pagaria prêmio para quem conseguisse passar noite inteirinha nas águas geladas do rio Cedron.

Jovem desempregado, em situação financeira péssima, se apresentou.

A mãe do moço fez tudo para que ele desistisse.

- É loucura filho, disse ela.

Diante da firme recusa, todavia, ela não teve escolha.

Cheia de cuidados, só lhe restava acampar nas margens do rio.

Para socorrer o filho em caso de necessidade, aquela mãe armou barraca e acendeu pequena fogueira, se agasalhando quanto possível.

O rapaz permaneceu imerso nas águas, durante todas as horas da madrugada fria.

Só deixou o posto com o nascer do sol, quando procurou o milionário em busca do prêmio.

- Não pago prêmio nenhum, lhe disse Natan, e explicou: Sua mãe acendeu fogueira e esquentou as águas.

A indignação do povo foi tamanha que a população de Jerusalém arrecadou recursos para um processo judicial.

O rico Natan terminou ganhando a causa, todavia.

Na opinião dos juízes, o calor daquela fogueira esquentou as águas.

- É justo que Natan não pague o prêmio foi decisão unânime do Tribunal.

O jovem Salomão, filho do rei Davi, teve uma idéia.

Convidou todos os juízes para um banquete.

Na hora marcada, o grupo se encontrava reunido, no pátio externo do Templo.

As horas passavam e as iguarias não ficavam prontas.

Curioso é que se escutava o crepitar da lenha queimando, mas o aroma dos cozimentos não chegava ao nariz dos convidados.

Nesta altura, o rei Davi foi à cozinha, seguido por um séquito de esfomeados "filhos de Eva".

Todos ficaram indignados.

O fogo queimava bastante lenha, mas as panelas encontravam-se totalmente fora da chama.

- Salomão, meu filho, eu não entendo, disse Davi: Com as panelas longe do fogo, esta refeição jamais ficará pronta.

- Estamos seguindo a sábia justiça de nossa terra, meu pai. Uma fogueira colocada a dez metros esquentou as águas do rio Cedron, numa noite gelada. Dentro deste raciocínio, as panelas terão que esquentar. Estou homenageando a decisão da justiça.

O tribunal finalmente abriu os olhos diante da crítica de Salomão.

Então o desempregado recebeu o prêmio e as panelas finalmente ferveram no lugar certo.

Decisões iníquas acontecem, com maior regularidade do que pensamos.

Direitos legítimos têm sido postergados, por falta de vontade política.

Este jovem da nossa estória é uma exceção: ele teve a sorte de despertar a simpatia de um príncipe.

Não fosse aquele jantar "às avessas", e o ricaço continuaria sonegando o prêmio prometido.

Salomão, na mocidade, foi idealista e batalhador.

De uma forma sábia, ele satirizou o ridículo daquela sentença sem pé nem cabeça.

Milhões e milhões de vitimas de injustiças, entretanto, não têm tido a mesma sorte.

Muitos inocentes perdem a vida nas prisões, e morre com eles até o exemplo que poderia edificar seus contemporâneos.


Infelizmente os pobres não tem tido voz.

Inocentes se perdem, esmagados pela cegueira da justiça incapaz de defendê-los.

No meio de todo este caos, felizmente, a esperança prevalece nas promessas Divinas.

A miopia congênita pode não ver, mas o Senhor enxerga a noite dos injustiçados e a solidão dos que não tem defensores.

-Tudo se encontra debitado, creditado e contabilizado.

"Bem-aventurados sois quando vos injuriarem e perseguirem, e através da calúnia disserem todo o mal contra vós (...). Alegrai-vos e exultai porque será grande o vosso galardão nos Céus".

Palavras de Jesus, em Mateus, 5 vv 11 e 12.

A promessa do Cristo é clara e confiável.

Viriam tribulações,

Surgiriam perseguidores,

E as injustiças seriam cada vez mais intoleráveis.

A tal ponto que se ergueriam lamentos e protestos.

O sangue de Abel e o sangue dos mártires escorrendo pela Terra nos forçam refletir:

O preço da redenção é o sangue, no seu simbolismo de sofrimento.

Para que a correção se cumpra, porém, será preciso amar a disciplina.

Com disse Jó:

"Bem aventurado é o homem a quem Deus corrige. Não desprezes, pois, a correção do Todo Poderoso".

Jó, 5 v 17.

Isto se encontra na linha da recomendação de Jesus: "Alegrai-vos e exultai (...)"

Muita gente reclama que a Justiça Divina não atende seus pleitos.

Alguém já parou para pensar que o nosso "carma" poderá ser motivo da lentidão?

Deus tem inúmeras razões para não ter pressa.

Sócrates, expoente da filosofia grega, recebeu a sentença de morte com tranquilidade.

Um cristão não teria procedido melhor.

A história conta que sua esposa Xântipa chorava bastante, quando foi visitá-lo horas antes da execução.

- Todos sabem que você não cometeu nenhum crime, repetiu Xântipa pela enésima vez.

Sócrates olhou a esposa, e disse:

- Acaso gostaria que o castigo fosse merecido, mulher?

Percebendo que a entristecera pelo tom de censura, Sócrates abrandou sua impaciência dizendo-lhe:

- Alegremo-nos, Xântipa. Eu sou inocente e é isto que importa. Pior seria se eu merecesse o castigo.

São insondáveis os decretos do Todo Poderoso.

Rosilda Ribeiro criara seu filho único com grandes dificuldades afetivas e financeiras.

O garoto Tiago tinha boa índole.

Entre os dois, porém, não havia aquele afeto que ela tanto almejava.

O filho de Rosilda se tornava cada vez mais arredio e de pouco trato.

Nem mesmo conversava com ela.

- Eu dobro este menino, dizia Rosilda. Quando eu vencer a última etapa, ele mudará.

A última etapa, no dizer da mãe, era o diploma de advogado.

Lavando corredores do prédio, como diarista, esfregando vasos sanitários, Rosilda pagou os estudos do filho.

Os anos passaram e a luta áspera terminou.

Agora, o seu rapaz tornara-se o doutor Tiago Ribeiro.

O desfecho desagradável foi surpresa para quem apostara tanto no filho doutor.

- Mãe, eu vou me casar, comunicou-lhe Tiago. Selma é moça fina, e não daria certo morarmos juntos os três.

Rosilda Ribeiro caiu das nuvens, desalentada pela rejeição.

O filho não a queria mais na casa aonde o criara com zelo e carinho.

Uma punhalada nas costas teria sido mais suportável que a ingratidão do filho.

- Que injustiça, meu Deus! Justamente ela que tanto se esforçara para vê-lo formado.

Os anjos a visitaram, naquela noite de angústia, para que a mulher não ignorasse as razões da provação.

Em sonhos, uma visão revelou cenas de sua vida passada.

Ela provocara aborto do espírito que agora reencarnara em Tiago.

"Quando alguém vos ferir na face direita", ordenou Jesus - "apresentai a outra face".

A face direita de Rosilda era o seu sacrifício para que o filho se formasse advogado.

A face esquerda de Rosilda era o aborto praticado, em vida anterior, quando rejeitara o espírito que hoje era seu filho.

O menino não conseguira reciclar a rejeição.

Se procurarmos em nossa "face esquerda", nela encontraremos as razões de injustiças inexplicáveis.

Nada acontece sem causa.

Deus não envia correspondência para nosso vizinho, quando nós somos o destinatário.

Ele conhece o nosso código de endereçamento postal e o nosso domicílio.

A reprimenda nos atingirá de forma direta.

Mesmo quando nos tornamos incapazes de fazer o mal, restarão farpas de outras vidas.

Alguém exclama, numa crítica velada ao próprio Deus:

- Fulano é pessoa ótima. Qual será a razão de que seja tão castigado?

Ninguém colherá uvas semeando espinheiros.

Não existe mistério na Justiça Divina.

Cada um receberá segundo suas obras.

Percebendo boa intenção, porém, apesar de imperfeitos, o Cristo poderá intervir em ocasiões especiais

Poderemos descarregar sobre Ele o peso da nossa insegurança, que nos arrasta e deprime.

Em ocasiões de crise, Jesus poderá tomar o leme das nossas mãos:

"Cairão mil ao teu lado e dez mil à tua direita, e tu não serás atingido".

Salmo 90 v 7.

Numa cidade da região de Astúrias inúmeros mercadores se reuniram no fim da linha de uma situação desesperadora.

Mesmo naquele fim de mundo, o imperador Tibério os alcançava, cobrando tributos cada vez mais difíceis de pagar.

Alguém tinha que ir a Roma para negociar com o Tirano.

O escolhido foi Natanael de Perúgia.

Justo e honesto, ele possuía todas as credenciais para entregar uma caixa de jóias ao imperador Tibério.

Quem sabe um presente o abrandaria?

Em Roma, Natanael procurou hospedaria modesta, e ficou aguardando audiência com César.

O dono da hospedaria logo descobriu o conteúdo da caixa, e não perdeu tempo.

Furtou as joias, colocando terra no pacote.

Ignorando a perversa trama, Natanael entregou o presente nas mãos de César.

Tibério ficou possesso:

- Uma caixa de terra? Isto é uma afronta ao império! Guardas prendam este homem.

Lucio, assessor de Tibério, penalizado, pressentiu que o homem fora vítima de armação.

- César, disse Lucio, com ar misterioso. Eu pressinto que esta terra é aquela abençoada pela deusa Diana.

Tibério, extremamente supersticioso, mudou suas ordens de imediato.

Mandou a terra milagrosa para o campo de batalha, com recomendação de que o general a jogasse sobre a túnica, antes da batalha.

Êxito completo: A guerra foi vencida!

Tibério bateu palmas, eufórico: Foi a terra, bradava o Imperador.

- Foi a terra!

Natanael desfilou no cortejo e recebeu muitos presentes, embora até hoje ele não entenda a razão das homenagens.

Surpreso e enciumado, o estalajadeiro pegou terra do jardim e seguiu no rumo do palácio.

Entregou a caixa já aberta ao próprio Tibério.

Ele não esperava tanta indignação.

Tentou explicar: É a mesma terra trazida por Natanael.

- Guardas, bradou Tibério: Prendam este mentiroso. Inventar estórias sobre a terra sagrada dos deuses. Era só o que me faltava.

A Justiça Divina algumas vezes resolve na hora.

Como rato, cheio de apetite, o velhaco goza a sensação de que nasceu para ganhar todas.

Os demais são "patos" que ele "depena".

Ele se considera invencível...

E acaba preso na ratoeira da sua própria inteligência.

O malandro tenta enganar, e nem percebe que está sendo enforcado pela sua própria corda.

Este é o aspecto engraçado da estória.

Pela rapidez das ocorrências, nem o Estalajadeiro nem Natanael compreenderam os acontecimentos.

Funcionou a Justiça Divina: Sem tardança, o justo recebeu o prêmio e a sentença foi executada contra o malandro.

A mente satanizada do Estalajadeiro montou esquema quase perfeito, que lhe foi passado pelos malignos do astral inferior.

Escutem palavras do apóstolo Paulo sobre isto:

"Revesti-vos da armadura de Deus para resistirdes às ciladas dos maus espíritos".

Efésios, 6 v 11.

A "armadura de Deus" envolveu o homem justo contra o malandro e os seus orientadores.

E o malandro ficou preso na "malha fina" da sua pretendida esperteza.

Ele se considerava o "rei da malandragem".

Trocou as jóias pela terra, e permaneceu na moita, indiferente ao destino do hóspede que confiara nele.

Ninguém tente bancar o inteligente, enganando os demais.

"Aquele que conduzir alguém para o cativeiro terminará cativo"

Apocalipse, 13 v 10.

A Bíblia fala que o ponto "mais alto da sabedoria é o temor a Deus".

Muita gente não gosta da expressão colocada nestes termos.

Eu mesmo, muitas vezes, já refuguei o verbo "temer" colocando em seu lugar o verbo "respeitar".

Tudo bem.

Todos nós gozamos da "gloriosa liberdade dos filhos de Deus".

Uma coisa, entretanto, precisa ser considerada: Quando o Pai Celestial se torna Juiz a terra treme. Esta é a grande verdade!

Quem tem culpa no cartório precisa mesmo tremer e temer, porque o vendaval da Justiça Divina não é moleza.

Foi o próprio Jesus quem profetizou:

"Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem e todos os povos da Terra se lamentarão (...)".

Mateus, 24 v 30.

Percebam as palavras: "se lamentarão", diz o texto, definindo a mudança radical no Mestre que se tornou Juiz para expulsão dos maus.

A Segunda Vinda de Jesus será tempo de colheita.

"Assim como foi nos dias de Noé, também será na vinda do Filho do Homem".

Palavras de Jesus, em Mateus, 24 v 37.

Tempo de provação e de ajuste.

"Virá o Senhor sobre aquele servo no dia em que ele não espera, e na hora em que ele não prevê".

Mateus, 24 v 50.

De surpresa chegará o Juiz e pegará o relapso desprevenido.

Todos aqueles que se alegram pela impunidade dos poderosos serão alcançados pela sentença inexorável da Justiça Divina.

Estes "se lamentarão" pela vinda do Cristo Juiz, porque a voz do Evangelho é clara:

"(...) Deus os reunirá no átrio dos hipócritas, e ali haverá choro e ranger de dentes".

Mateus, 24 v 51.

Quando chegar o tempo da colheita tudo estará definido.

Aqueles que tripudiam sobre os vencidos, hoje, sorrindo, dançarão, amanhã, chorando.

A impunidade acabará para sempre.

Os corruptos serão afastados do planeta.

Ninguém se iluda proferindo blasfêmias.

- Deus não vê!

- Deus não sente!

Vamos beber e folgar.

Ai dos levianos que assim procederem.

A ilusão de que estão salvos apressará o exílio destes enganadores.

Deus conhece a cobiça sem limites destes hipócritas.

O Mestre já nos disse que os próprios "cabelos da nossa cabeça estão contados".

Nada escapa aos olhos eternos.

Não adianta esconder dólares em cuecas.

Os olhos de Deus se espalham pela vastidão do Universo, flagrando as águias no alto dos rochedos e os ratos na umidade do brejo.

A visão panorâmica do Pai Celestial alcança o astro e o micróbio, o grande e o pequeno, o justo e o pecador.

Até agora, todavia, nós nos concentramos no mal e no transgressor.

Colocamos a justiça no encalço do criminoso.

Existe outro lado, porém, que nos devolve a esperança.

O lado positivo.

O lado mais.

O lado luz.

O lado da recompensa e da verdade.

Segundo Zacarias um terço dos habitantes da Terra serão salvos.

"O Juiz colocará à sua direita as ovelhas, e os cabritos à esquerda".

"Então Ele dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. Porque eu estive com fome e me destes de comer, estive com sede e me fornecestes água, andei forasteiro e nu e me vestistes, estive doente e preso e me fostes visitar".

Mateus, 25 vv 32 a 36.

Sem atinar quando ao tempo do alegado socorro, os justos perguntarão:

Quando estas coisas aconteceram, Senhor?

E a resposta será imediata: "O que fizestes a um destes irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes".

O grão de trigo entregue ao faminto...

O simples copo de água que dessedentou o forasteiro.

A roupa distribuída no inverno.

As palavras de consolo que diminuíram aflições.

O mais simples e pequenino detalhe não escapará aos olhos de Deus.

Toda nossa vida terá sido devassada pelo Cristo.

Ele não perguntará se pertencemos a esta ou aquela religião.

Ele não cogitará de dízimos e ofertas.

Simplesmente Ele acolherá os solidários, que souberam servir e que espalharam amor.

A senha será -"Estive com fome e me destes de comer".

Quem carregar no coração a prova viva desta origem fraterna participará do seu reino aqui mesmo na Terra.

"Vinde, benditos do meu Pai, para o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo". Mateus, 25 v 34.

Será realizada, finalmente, a profecia do Sermão da Montanha.

Os não violentos gozarão, pela primeira vez, as delicias da "Nova Terra e Novos Céus", onde o amor reinará em plenitude:

"Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a Terra".

Mateus, 5 v 5.

O planeta inteirinho lhes pertencerá por direito.

Louvado seja Deus.


Assista no Youtube - Quarta Dimensão - palestras do autor - Getúlio Mulinari Machado.







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