Leis que não eram boas

Data: quinta-feira, 1 de março de 2018

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"Eu mesmo lhes dei leis que não eram boas e ordenações que não fazem viver" - é o desabafo de Jeová, pela mediunidade do profeta Ezequiel.

Ezequiel, 20 v 25.

Eu duvido que alguém, dentre todos os que me ouvem, tenha escutado pregador explicando esta revelação de Deus.

Os defensores da Bíblia preferem se omitir quando as algemas incomodam.

Quando Deus coloca preceitos maus nas Escrituras o caldo engrossa.


Tais expressões sempre ficaram esquecidas.

Se fosse possível, incomodados arrancariam dita página.

De tal maneira, Jeová se irritou que transparece evidente satisfação no seu desabafo.

- Seu povo desprezou determinações para bem de todos, e a lei benéfica virou castigo. O Deus dos Exércitos festeja a troca de "gatos por lebres".

- Leis não boas significam leis más, e, de acréscimo, para espicaçá-los, Jeová impusera costumes que não permitiam viver.

No empenho de trazer luz para as verdadeiras intenções, procuramos opinião de teólogos:

Na epístola 82 da nova edição - nº 14 - Santo Agostinho identificou, na Bíblia, preceitos que considerou prejudiciais, contidos, no Velho Testamento.

Agostinho definiu mácula em tais preceitos pelo fato de que somente figuravam a graça, mas não a concediam.

Por isso definiu o lado mau, na opinião dele.

São Jerônimo, embora o texto seja claro - "eu lhes dei leis que não eram boas", explica que os judeus importaram preceitos do paganismo.

A mescla espúria os tornara maus, na opinião do catedrático.

Sem ter o que dizer, Jerônimo pulou fora do alcance de humana pesquisa.

Glaire advertiu que as Escrituras, em inúmeras passagens, afirmam que Deus fez isto ou aquilo, quando Ele simplesmente permitiu o mal feito.

Deus disse, mas Glaire afirma que Deus não disse, e tudo permaneceu do mesmo tamanho.

A batata quente circulou de mão em mão, como peteca, mas todos tiraram o corpo fora: Os teólogos fogem de matérias comprometedoras.

Algemas limitam o raciocínio, porque todos temem pecha de heresia.

- São mistérios, dizem eles, tentando desestimular a busca da verdade, e, ostensivamente, lavam as mãos como Pilatos.

Eles fogem do imbróglio, mas não conseguem livrar-se das consequências.

Centenas de anos depois da declaração de Jeová, Jesus diria: "Qual homem dará pedra ao filho que pede pão? Ou entrega serpente no lugar de peixe?"

Mateus, 7 vv 9 e 10.

Com estas palavras, Jesus colocou mais lenha na fogueira da controvérsia.

- Colocar leis más misturadas com preceitos edificantes é o mesmo que entregar pedra ao filho que pede pão: Vocês não acham?

O Mestre escancarou a realidade de que Jeová entregou pedra aos judeus, ao invés de pão, ou serpente em lugar de peixe.

Realmente, serão necessárias dúzias de explicações para colocar os pingos nos is.

Contestações se tornam inevitáveis.

Mal estar sufoca como fumaça de incêndio.

Jeová, de repente, é considerado vilão.

- Deve ter sido Jeová que espalhou joio no trigal do fazendeiro da Parábola, foi acusação de velhinha beata, fazendo circular dentadura na gengiva. E ela remata censura com caretas divertidas, colocando afiada língua pra fora: Jesus foi bom - Jeová nem tanto! Diz a velhinha, cuspindo fogo, inquieta e bastante nervosa.

A missão de explicar este imbróglio não é das mais fáceis.

No entanto, tentaremos pelo menos fornecer parâmetros que nos aproximem da pretendida intenção de Jeová.

Para inicio de conversa, lembramos célebre revelação de Deus, através do profeta Isaias:

"Eu formo a luz e crio as trevas, faço a paz e produzo o mal".

Isaias, 45 v 7.

Se Jeová é único autor do mal, alteram-se teorias que sustentam religiões defensoras do deus do Inferno.

Este deus sem trono já não tem mais razão de existir.

Quando o Deus único se declara criador do mal, por que mais este?

Os preceitos maus misturados nos códigos judeus deixam de ser tão maus quanto aparentavam, quando entendemos que vieram do Alto.

Algo que foi criado pelas mãos do Todo Poderoso Deus, mesmo apontado como preceitos "não bons" não poderão conter a virulência que imaginávamos.

Tudo o que chega do alto deve ser bem vindo: Alguma utilidade surgirá destes preceitos "não bons" que Jeová espalhou nos escritos da Bíblia.

A autoria atribuída ao Pai das Alturas fornece infinita segurança.

Deus não erra, nem faz experiências. Ele age sempre e não vacila jamais.

Se Jeová dificultou a vida dos judeus, colocando tropeços na trilha deles, para que sofressem, somos obrigados a procurar os motivos: Não nos cabe contestar!

A leitura do texto confirma que foi castigo merecido.

Quando fazendeiro repete recomendações ao administrador da fazenda, e não enxerga resultados, e as irregularidades continuam, ele se obriga reagir.

Embora por compaixão não demita o empregado relapso, ele não deixará de diminuir suas mordomias, como sinalização do descontentamento.

Quem cala consente, como diz o povo.

Quem assiste o mal feito e se omite se torna cumplice

Embutir leis "não boas" no recesso dos códigos representou rompimento dos diques da paciência Divina.

Estamos diante de procedimento incorreto.

A reação diferenciada entre Jeová e Jesus de repente se esclarece...

O calendário nos socorre.

O profeta Ezequiel viveu no sexto século antes de Cristo.

Ninguém poderia exigir coerência de leis e costumes, naqueles tempos de obscurantismo e completa ausência de liberdade.

Deus reage de forma desigual diante de pessoas desiguais.

Cada espírito é recompensado conforme o merecimento

Para ímpios que viveram nos tempos de Ezequiel, setecentos anos antes de Jesus, ninguém deveria estranhar manipulação de estatutos.

Necessariamente, o relacionamento com criaturas em evolução deverá acompanhar a curva do aprendizado.

Códigos que definem procedimentos exigem periódicos ajustes.

É a razão que códigos escritos têm prazo de validade.

Inevitavelmente, eles se tornam desatualizados.

Jeová, no trato com raça incorrigível, perversa e sem ética, foi obrigado a desorientá-la com recomendações fora dos conformes.

Eles foram obrigados a suar a camisa seguindo setas que apontavam direções erradas.

Imagine o aborrecimento de alguém viajando por péssimas estradas, quando descobre que está se afastando de onde pretendia chegar?

Aqueles judeus dos tempos do profeta Ezequiel sofreram este constrangimento nos seus códigos de conduta.

Jeová misturou "leis não boas" nas cartilhas para constrangê-los.

- Agora você foi longe demais, Getúlio, exclama o Crispim extremamente irritado. Isto é logro e você bem sabe que tal procedimento não se coaduna com a majestade Divina.

- Só agora você acordou Crispim? Eu iniciei palestra citando frase de Jeová de que entregara "leis não boas" para o povo e o atraso revela sua perplexidade. Duvido que você melhore minha interpretação com eufemismo que eu desconheço. "Leis não boas" só podem ser leis más. Não cabe eufemismo que modifique o significado da frase de Jeová.

- Getúlio, algo definitivo eu tenho para lhe dizer: O bem está deste lado e o mal se encontra de outro. Bem é bem, mal é mal, e não existe a menor hipótese de intercâmbio entre as duas forças. Milenar conflito entre Deus e o Maligno está ocorrendo desde Adão e Eva, Getúlio..

Dizendo isto o Crispim me encarou, desafiante, certo de que me vencera por nocaute.

Minha resposta foi abrir a Bíblia, em Primeira Coríntios, 5, onde se encontra narrativa de infâmia perpetrada em igreja organizada pelo apóstolo Paulo.

Conhecida a imoralidade, imediatamente, o apóstolo Paulo lavrou sentença:

"Que o prevaricador seja entregue a Satanás para destruição da carne, afim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor".

I Coríntios, 5 v 5.

Perceba Crispim o quanto o Cristianismo faz conviver o bem e o mal, contrariamente ao fanatismo com que você defende suas teses.

Paulo determinou entrega do culpado a obsessor, para que, através do sofrimento, seu espírito fosse salvo.

Se existissem entidades criadas para exclusiva maldade, Crispim, você consideraria lícito tal intercâmbio?

Alguém da turminha do mal ser nomeada agente de salvação?

Coloque a mão na consciência, Crispim.

- Se houvesse conflito entre Deus e o Maligno, caberia recurso para apelar ao inimigo que ministrasse o remédio que salvaria o culpado?

Fica evidente que, se o tal deus do inferno existisse, ele não prestaria menor assistência ao time adversário.

Como você está percebendo, Crispim, a Bíblia mostra que Deus escreve certo por linhas tortuosas.

Se Deus criou o mal, depois de marchas e contramarchas, no sábio direcionamento das forças Divinas, surgirá algo bom.

A prova se encontra na frase:

"Eu mesmo lhes dei leis que não eram boas e costumes que não permitem viver".

Ezequiel, 20 v 25.

Ninguém esqueça que as Escrituras garantem que o joio será afastado do trigo, no tempo oportuno.

Quem recebe barco furado de presente de aniversário se obriga consertá-lo antes de lançá-lo ao mar.

A Bíblia declara com todas as letras que as leis não boas vieram de Jeová, embora nada se declare se foram escritas com seus dedos ou sem eles.

Para nós isto é irrelevante!

Se fosse relevante a forma de escrever, teríamos que colocar em suspeição todo o restante das Escrituras que não foram escritas com o dedo de Deus.

Aqueles trechos que não ocuparam os dedos de Jeová estariam prejudicados em qualidade?

É a nossa crítica ao pregador eufórico que tratou o Decálogo como matéria especial, pelo modo como foi gravado.

A interrogação é válida, pois, quando grifamos algo como extraordinário arrancamos mérito dos demais trechos escritos.

O entorno cede importância para o texto em grifo.

- O que não foi escrito com os dedos de Deus ficaria em segundo plano, na versão de pregador distraído e leviano..

Percebam, meus amigos, o quanto de leviandade existe na própria comunidade de pregadores.

Manifestações impensadas colocam em xeque a própria inspiração Divina dos profetas, que nós sempre defendemos.

Embora consideremos parte da Bíblia como feita por homens, sempre aceitamos excelência das profecias e das palavras de Jesus.

Nosso gabarito de avaliação de outras partes sempre foi o Nosso Rabi.

Suas palavras nos fornecem o grau de acerto ou desacerto de todas as manifestações dos demais escritores.

Agora mesmo, quando se mantém aceso o interesse público pela nossa declaração de que o Decálogo perdeu validade, Jesus é o personagem central.

Percebam o imbróglio em toda sua majestosa realidade.

O livro Êxodo determina:

- "Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo" "O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus e não farás nenhum trabalho".

Êxodo, 20 vv 8 e 10.

Nunca negamos eficácia dos Dez Mandamentos como solução temporária para crueldade dos senhores de escravos.

Naquele ciclo ele foi insubstituível.

O advento do Cristianismo, todavia, transferiu o problema para instância superior: "Não façais ao vosso próximo o que não quereis para vós".

Todo aprendiz de Cristianismo obrigatoriamente sabe que aquele que escraviza será escravizado.

Isto já se tornou lição para crianças de jardim da infância

O dedo do Cristo escreveu nas consciências.

Seria "chover em terreno molhado" conservar letras na frieza das pedras, quando se encontram vivas no coração das pessoas.

Superada a influência da escravidão explícita que marcava aqueles tempos, apoiada pelos próprios governantes, Jesus ordenou trabalho no sábado.

Os paus mandados dos sacerdotes, escandalizados, correram na direção do homem que carregava cama nas costas:

"Hoje é sábado e não te é lícito carregar o leito", disseram os judeus.

Ele retrucou com certa ironia, numa voz repleta de reticências:

- "O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda".

João, 5 v 11.

E o homem curado pensou lá com seus botões:

Quem realizara prodígio de colocar de pé entrevado há quatro décadas, com toda certeza não ordenaria trabalho proibido.

Mesmo porque aquela cama velha, caindo aos pedaços, não compensava o desconforto de carregá-la.

Certamente, o seu Benfeitor desafiara os sacerdotes para mostrar que eles é que estavam errados.

Os fariseus e escribas se entreolharam, desconfiados.

- Foi Ele, disseram todos, ao mesmo tempo. Não lhes foi difícil concluir que fora Jesus o violador do sábado.

Restava apenas esclarecer as razões da desafiadora determinação.

O paralítico curado, mais por gratidão do que por vontade, arrastava o traste imprestável.

Aquele troféu apodrecido retardava o abraço da família.

As reflexões dos enviados do Templo resultaram negativas: Jesus violara o Decálogo sem a menor necessidade.

- Não tentem jogar areia em nossos olhos, meus caros fariseus e escribas: O Grande Mestre ordenou trabalho no sábado para nos transmitir lição preciosa: O Decálogo perdera validade!

Se o Decálogo não fosse violado pela autoridade de Jesus, de forma explícita e corajosa, permaneceríamos ignorantes quanto ao seu esgotamento.

A frase não deixa margens para dúvidas:

"Levanta-te, toma o teu leito e anda".

João, 5 v 8.

Deus e o seu Cristo não tem que fornecer justificativas para seus decretos, nem discutem prazos de validade.

Quando alguém envelhece, simplesmente o seu fio de prata é cortado.

O Altíssimo não costuma dar explicações ou pedir licença.

As entrelinhas da Bíblia se encontram à nossa disposição para conhecer o mapa do labirinto e procurar saídas.

Milhões de leis escritas, desde os primórdios, vigoraram enquanto necessárias.

Quando ultrapassadas pelo avanço da civilização, elas simplesmente perdem validade.

Eu prefiro validade vencida ao invés de "abolidas", pela gratidão e respeito devidos a estes temporários freios da desordem.

Enquanto duraram, tais códigos foram indispensáveis.

Tão logo Jesus adentrou o território da Judéia, certa vez, alguns fariseus o rodearam.

Eles o interrogaram, com segundas intenções:

- "É lícito ao marido repudiar a esposa?"

Jesus lhes disse:

- "Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher? (...) O que Deus reuniu não separe o homem".

Mateus, 19 vv 3 a 6.

Imediatamente, os fariseus se socorreram da autoridade de Moisés, para contradizer o Mestre:

"Moisés mandou dar carta de divórcio e permitiu que as mulheres fossem repudiadas", replicaram todos eles, ao mesmo tempo.

O que Moisés escrevera era lei eterna e inviolável para todos aqueles fariseus, que se julgavam reis da cocada preta.

Imperturbável, o Nosso Rabi mostrou-lhes que as leis eram flexíveis e se ajustavam aos percalços da ignorância do homem.

Jesus lhes disse:

"Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés permitiu repudiar vossas mulheres (...)".

Mateus, 19 v 8.

A ignorância humana compensada por sansões lenientes com os perversos, motiva esgotamento dos códigos.

É uma das razões de que sejam temporários.

Cristão autêntico não depende da obrigatoriedade do descanso no sábado para zelar pelo bem estar de seus funcionários.

A consciência das obrigações será sempre espontâneo procedimento do cristão.

Voltando ao texto que abriu e inspirou nossa palestra, nós concluímos pela evidente fragilidade das leis escritas.

O próprio Jeová desfigurou caracteres impressos, para puxão de orelha na raça desobediente dos seus seguidores.

- E não adianta o Crispim me encarar com olhos fuzilando de raiva. Eu tenho a Bíblia aberta no texto que publica o desabafo Divino:

"Além disso", afirma Jeová: "Eu mesmo lhes dei leis que não eram boas e costumes que não permitem viver".

Ezequiel 20 v 25.

A despeito de tanta clareza, o Crispim dos Anjos se aproxima fleumático, acalentando adocicado propósito de me contrariar:

- Getúlio, você não tem dito que existem duas fontes para o texto bíblico? Fonte de inspiração Divina e outra fonte de raiz humana? Algum ateu incluiu tais absurdos na Bíblia para espalhar confusão.

- Caríssimo Crispim, você já deve estar cansado de escutar, mas eu vou repetir: Eu tenho dito que na Bíblia, eu aceito sem ressalva as palavras de Jesus e do Pai Celestial, através dos profetas.

Jamais coloquei reparos nestas duas vertentes, porém.

Eu venho declarando, continuamente, esta minha posição.

Somente os demais escritos são submetidos ao gabarito das palavras do Mestre antes que eu resolva aceitá-los como lições.

Porque a Bíblia agrega trechos inaceitáveis.

Pais, avós e professores deveriam selecionar as leituras bíblicas das crianças, pois o próprio Moisés ordenou práticas indecentes.

O rei Davi comandou genocídios.

Se alguém deseja que eu aceite palavras indecorosas como lições, pode tirar o cavalinho da chuva.

Aquilo que é incompatível, eu defino como obra de homens, e posso até usá-las, mas com todas as necessárias cautelas.

Esta frase de Jeová, porém, se encontra no rol das manifestações diretas de Deus, através da mediunidade do profeta Ezequiel.

Escute o que Jeová determina ao Profeta:

- "Fala à Casa de Israel, filho do homem: Assim diz o Senhor: Vossos pais me ultrajaram continuamente com suas infidelidades", (c 20 v 27 TEB) "É com mão forte e com braço estendido que espalharei o meu furor sobre vós".

Ezequiel 20 v 27, TEB.

Anúncio através de profeta, caríssimo Crispim: De minha parte, nunca discuto.

- É Deus falando!

Eu me rendo respeitoso, diante de Deus.

Como você pode entender Crispim, eu não posso concordar com esta leviana conclusão de que alguém humano criou "leis não boas".

O trecho bíblico mostra que Jeová assumiu autoria da frase

Será inaceitável afirmar o contrário.

O profeta foi apenas microfone de Jeová.

Perceba Crispim, que Deus esta transmitindo recado ao povo.

A voz que as multidões escutaram escapava da boca de Ezequiel, mas a mensagem chegava das alturas.

Os profetas antigos foram fiéis intérpretes do Altíssimo, razão pela qual jamais duvidamos da integridade deles.

- Não se iluda Crispim, de que a Bíblia seja algo redondinho, fácil de entender. Eu vou lhe apontar trecho escrito por Paulo, que os teólogos dizem se referir à Bíblia Infalível.

A frase é a seguinte:

"Toda a Escritura inspirada por Deus é útil para o ensino, para repreensão, para correção, para educação na justiça, afim de que o homem de Deus se torne perfeito".

II Timóteo, 3 v 16.

Veja que os adeptos da Bíblia infalível apontam toda ela como detentora do magistério citado por Paulo, que levará os humanos à perfeição.

Diante de tamanho absurdo, usarei célebre frase de Moisés,

- "Matai todos os machos, ainda que sejam crianças, e degolai as mulheres, mas reservai para vós as meninas e as donzelas!".

Livro Números, 31 vv 17 e 18.

Alguém poderá aceitar esta indecência de Moisés como ensino, para levar alguém à perfeição?

A estreiteza mental destes intérpretes nos causa pena.

- Getúlio, afirma o Crispim, com voz sumida: Moisés estaria atravessando dia difícil e as suas palavras podem ter sido desabafo.

- As causas pouco importam, nesta altura do campeonato, Crispim. Teólogos afirmam que a Bíblia é infalível de capa a capa, e ensina. Eu apenas quero entender o tipo de lição que as palavras de Moisés transmitem?

Sempre vou direto ao ponto:

Graças à sabedoria do Pai das Alturas, as entrelinhas da Bíblia têm sido meu escudo contra toda espécie de estelionato.

Ninguém espere leniência de minha parte, porque jamais servirei de escora para líderes interesseiros e pouco éticos.

Só a Verdade ficará de pé.

Louvado seja Deus!


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